segunda-feira, março 11, 2024

Festival Mr. Moo inicia pré-venda para o maior evento gastronômico do Brasil

 



Novidades na Capital do Vale!

Esta chegando a 17a Edição do Festival Mr. Moo e a abertura do primeiro lote de ingressos para o grande evento, marcou o início das comemorações em São José dos Campos.

 A pré-venda, exclusivamente para membros do grupo oficial do evento no WhatsApp, começou na última sexta, Dia Internacional da Mulher, 8 de março, destacando o evento não só como um ponto de encontro gastronômico, mas também como uma celebração da diversidade e da inclusão. Foram  apenas 12 horas de vendas, com abertura às 12h e fechamento às 23h59, com ingressos limitados para o lote especial.

De acordo com Bruno Alvarengas, fundador e organizador do evento, alguns renomados chefs mais renomados do Brasil, apresentarão desde a tradicional picanha até cortes exóticos” nesta edição tem a nova gestão da holding RMC.
O Festival Mr. Moo, reconhecido como um dos maiores encontros gastronômicos do país, eleva a tradição do churrasco ao incorporar opções para todos os gostos, incluindo estações vegana, vegetariana e italiana com várias opções de pratos e criações gourmet. 

A experiência é complementada por um open bar completo, oferecendo desde cervejas até destilados premium.
“O evento deste ano ganha um atrativo especial com a presença da dupla sertaneja Bruno e Marrone, liderando um line-up de atrações distribuídas pelos palcos do festival. 

A combinação da alta gastronomia com a música ao vivo promete uma atmosfera única de celebração e alegria”, afirma Alvarenga.
Sob a nova direção da Holding RMC, o Festival Mr. Moo visa não apenas manter a excelência pela qual é conhecido, mas também expandir e enriquecer a experiência dos participantes. “Esse evento é singular, já que une a gastronomia de alta qualidade e a música para criar momentos inesquecíveis, uma homenagem à cultura brasileira, repleta de sabor, música e alegria” finaliza Alvarenga.

Informações no site oficial do festival www.mrmoofestival.com.br
Instagram @mrmoofestival.

Migalhas que catamos. Migalhas que perdemos com Marli Gonçalves


 

Todo ano, a mesma coisa. E o ano que vem, parece, tem mais. O histórico 8 de MarçoDia Internacional da Mulher – veja bem, dia marcado pela luta secular, não é mês, nem semana, é dia – marca uma avalanche de notícias, uma atenção especial; mas os dados que surgem são ainda estarrecedores em nosso país. Continuamos em filas por empregos, saúde, reconhecimento de jornadas, salários iguais e segurança, entre tantos outros temas que nos são tão caros.

2023 bateu o recorde de feminicídios no Brasil, 1.463 mortes. Fale esse número bem alto, para ouvir bem tal absurdo. Uma alta de 1,6% em relação ao ano anterior, o maior da série histórica. Um feminicídio, quando o assassinato é motivado apenas pelo fato de ser mulher, a cada 6 horas, metade deles por armas de fogo, a maior parte de mulheres negras e pobres, a maioria dentro de suas casas, vitimadas por companheiros e ex-companheiros. Os dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública são estarrecedores.

Mulheres de todo o mundo vêm sendo massacradas em pleno Século XXI, massacre ampliado com as guerras, onde elas e suas crianças têm sido as maiores vítimas, tudo diante de nossos olhos. Mas precisamos tratar do que ocorre aqui, nos nossos caminhos, nas migalhas comidas pelos retrocessos muitas vezes antes que possamos desfrutar.

Ouvi com atenção o – desculpe, fraco - discurso feito em horário nobre pela ministra Cida Gonçalves, Ministra das Mulheres do Brasil, nome pomposo. Fiquei surpresa, sim, mas com o número de vezes que a fala grifou o nome do presidente Lula, como se este fosse o Salvador de nossos mais íntimos desejos. Cinco vezes, se não errei a conta. Mais um pacto anunciado, o de Prevenção aos Feminicídios. E mais medidas protetivas, dessas muitas que na Hora H, conforme os números claramente mostram, não têm funcionado. As armas de fogo amplamente difundidas especialmente no governo anterior estão aí, e matando a todos nós brasileiros, homens e mulheres, espalhadas, nas ruas, trazendo o horror. Dependendo do Estado o efetivo policial anda bastante ocupado em matar antes de perguntar, e mais mulheres e o sofrimento de ver seus filhos sendo levados, uma espécie de morte em vida para mães, e que não entra nos registros.

Como mulher e feminista, lido com esse tema há praticamente 50 anos, e me surpreendo ao ver que em praticamente todos os temas estamos na mesma e cansativa luta, embora estejamos conseguindo ampliar os espaços no mercado de trabalho e sermos mais notadas, inclusive nas reinvindicações. Só para lembrar o óbvio: somos mais da metade da população; ninguém, decididamente, está nos fazendo favor algum.

Há, contudo, e é preciso que atentemos urgentemente a isto, uma onda alta, muito perigosa para todos, homens e mulheres, já visível, de conservadorismo reacionário vindo das ervas daninhas que se proliferam ladinas em todos os cantos, nos parlamentos, igrejas, no poder, adentrando escolas e instituições, muitas vezes aproveitando a distração dos pescoços curvados em celulares ouvindo e crendo em líderes de barro.

São tapas em nossos rostos. Censura de livros em alguns Estados, como o que fazem de “O Avesso da Pele”, de Jeferson Tenório, tratando do racismo. Um moleque sem noção, deputado federal, Nikolas Ferreira, à frente da Comissão de Educação, da qual não tem a menor ideia. A mais importante Comissão, de Constituição e Justiça, presidida por uma inexpressiva deputada, Caroline de Toni. Escolhidos pela atual e triste oposição que se traveste de verde e amarelo. Em São Paulo, a Assembleia discute, acreditem, a implementação do modelo de Escola Cívico-Militar, e em áreas de maior vulnerabilidade social. Disciplina baseada obviamente em valores militares, que já vivemos para ver e sentir.

Apenas alguns itens de uma lista macabra. Agora, também em verde e amarelo, o lançamento de uma linha de perfumes Bolsonaro, além das botinas, canecas e chinelos com seu nome. Estão brincando. E nós a cada dia ficando sem lado no meio de todo esse bombardeio que já empesteia o ar.

É preciso gritar. E alto. Rápido. Antes que nos percamos definitivamente em nossos caminhos e acabemos encurralados em jaulas onde nos engordarão tal como na história de João e Maria. Nós, as Marias e os Joões, e nos querem como alimentos. Isso não é uma história infantil. O final, mantido assim, não é feliz. E já "Era uma vez".
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MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano - Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. (Na Editora e na Amazon). Vive em São Paulo. marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br



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