sexta-feira, outubro 25, 2019

Jornalismo brasileiro de luto, morre Saulo Gomes




Morreu na madrugada de ontem, o jornalista e escritor, Saulo Gomes, aos 92 anos, vitima de um infarto.
Saulo durante mais de 65 anos se dedicou ao jornalismo brasileiro, sendo considerado o maior jornalista investigativo do País.
Sua brilhante trajetória considerada uma das mais bem sucedidas da história, fez sua passagem pelas emissoras SBT, Record,
Ocupou a cadeira 28 da Academia Ribeirão-pretana de Letras. Durante 20 anos recebeu todos os prêmios de reportagem. Foi ele quem inovou ao introduzir o uso do helicóptero nas reportagens jornalísticas, em 1967.
Iniciou sua atividade jornalística em janeiro de 1956, quando foi o primeiro colocado em um concurso no qual disputavam cerca de 200 jovens para uma vaga de repórter da Rádio Continental.
Como repórter investigativo, Saulo iniciou suas atividades em 1958 graças aos diversos casos de mortes e chacinas no Rio de Janeiro, promovidos pelo Esquadrão da Morte
 Em 1960 conseguiu desvendar, em primeira mão, o misterioso Crime da fera da Penha que ganhara repercussão nacional. Por conta dessa investigação, sofreu 2 atentados.
Em 2 de maio de 1980 protagonizou um momento histórico, informando ao vivo, às 16:21 horas, que a central paulista da extinta TV Tupi deixava, naquele instante, de gerar suas imagens.
Em 1964, ele tornou-se o primeiro jornalista proibido de exercer a profissão pelos militares.
Saulo Gomes, começou sua amizade com o médium Chico Xavier, quando, então repórter da TV Tupi, ele conseguiu convencer a romper longo período de silêncio com a imprensa brasileira, ressabiado com a parte dela que o tratava como uma fraude
 A partir daí, Saulo teria acesso privilegiado a Chico, além da convivência como amigos até a morte do espírita, em 2002.
É de sua autoria uma reportagem especial sobre o "Maníaco do Parque, que marcou uma das maiores audiências da TV Record: foram 38 pontos, contra 16 da TV Globo.
Em 2011 ele foi homenageado, como autor local, na 11ª Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto.
Lançou grandes obras , sendo sua ultima no final de 2018 , Nosso Chico pela editora Intervidas.
O jornalista deixa esposa Edna e filhos. 

Confiram o link da entrevista do Saulo Gomes, que concedeu a jornalista e amiga Eliciane Alves no Programa Celebridades In Foco, realizada em 15 de novembro de 2015.

https://soundcloud.com/radioshowtimeoficial/celebridades-in-foco-saulo-gomes-16-11-2015

 

quinta-feira, outubro 24, 2019

Esculhambação , avacalhação nacional, por Marli Gonçalves


Esculhambação, avacalhação nacional, bagunça total, descompasso geral. Vamos aproveitar tanto piche, mas para pichar os fatos que nos cercam e os caras que os criam. E nem venham dizer que a economia isso e aquilo porque a realidade das cidades desmente a olhos vistos, a olho nu. O nível do debate político dança na boquinha da garrafa, enquanto tragédias se sucedem e nos encontram inertes, abobalhados. Inclusive mais uma - a de fazer parecer que só Lula salva. Não é hora. Com tudo isso, nosso outubro é prévia de horror
As terríveis e enormes manchas negras e oleosas, grudentas, atacam, se deslocam para lá e para cá no oceano, tingindo e melecando nossas praias, a água, nossa areia, matando nossos bichos, minando ainda mais a nossa imagem no mundo inteiro e que já está, como é que se diz? Abaixo do piche uns bons metros! E aí? Ninguém sabe, ninguém viu, e as semanas se passam com o povo enxugando gelo com pás e rastelos. Os governos do Nordeste precisam chegar a processar a União para obter ajuda, mesmo a básica, a das boias de contenção, para que ao menos os rios de suas regiões também não sejam atingidos. Há um mês vemos esse filme de horror, com um ministro do Meio Ambiente limpinho, sobrevoando as áreas e as soluções calçado com seus sapatos engraxados e exibindo colete néon luminoso, que ele é homem de moda, capricha no visual.
No Governo Federal – nem me perguntem como é que chegamos a isso – conseguimos que acabassem reunidas um grande número de pessoas sem a menor condição de governar, desprovidas de bom senso, diplomacia, conhecimento, capacidade de negociação. Tem só uns dois ou três que se salvam e ficam tentando se esquivar para também não serem atingidos – no caso, por um lodaçal que mistura insultos, gravações, xingamentos, traições. Por conseguinte, se esses estão lá, acabaram puxando com os votos que obtiveram o que há de pior para o Congresso Nacional. Os poderes e as forças em conflito marcam o ano. O ano inteiro – dez meses que parecem uma eternidade, um pesadelo do qual não conseguimos acordar.
A oposição se aquieta, boiando em sua piscina limpa, até porque nem precisa se esforçar muito porque o próprio presidente Bolsonaro, sua família, sua turma, seus apoiadores reais e robôs dão cabo de se afundarem sozinhos. E, assim, nesse momento ganha tempo para de novo focar naquele que parece ser o Único, o Salvador da Pátria, a perfeição, o Grande Líder, que está preso, mas dando entrevistas tão incensadas que são publicadas em capítulos. Lula tem opiniões sobre tudo e todos, mas nunca usa esses espaços para sequer um segundo de autocrítica, de rever a participação nesse processo que nos levou a tudo isso, não estende a mão à enorme parcela, inclusive uma parte da esquerda, e que questiona o seu partido e as suas decisões.
Acontece que isso se espalha. As informações, por exemplo, de como um prédio pode ruir inteirinho de uma vez só, como se os seus moradores estivessem em um sono profundo e deixassem que as colunas de sustentação que já estavam péssimas fossem detonadas por pedreiros de alguma empresa inexperiente e barata, explica a apatia que se abate sobre nós. Explica muita coisa, Brumadinho, os meninos do Flamengo mortos no abrigo, as milícias, as mentiras, os feminicídios, os viadutos que viram abrigos e focos de incêndio, toda a série sem número de desgraças que acompanhamos como quem vê um seriado na tevê, esperando o próximo capítulo.
Essas pessoas, enfim, somos nós, brasileiros, que não acreditam nas informações sérias, sem educação suficiente que formem profissionais capacitados. Somos aqueles que não tomam providências quando elas devem ser tomadas, que adiamos as decisões, deixamos sempre tudo para a última hora, que não acreditamos em riscos, que vamos deixando as coisas seguirem até que elas enfim desabem sobre todos nós.
Que achamos bonita a esculhambação, porque, afinal, somos brasileiros, Deus deve ser também. Nem se repara mais que esse Brasil que canta e é feliz anda bem calado. E inerte.
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MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Site Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano- Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. Já à venda nas livrarias e online, pela Editora e pela Amazon

sexta-feira, outubro 18, 2019

“Se Joga no Mandela” é nova música do cantor Zolky




Com apenas 25 anos, o jovem cantor Zolky que é considerado a mais nova promessa
do Pop/Funk, chega com sua música “Se Joga No Mandela”, já disponível em todas as plataformas digitais.
A música retrata a história de uma menina que não gostava muito de se arrumar
para ir à escola. Seus amigos então decidem fazer uma festa e não a chamam.
O motivo? Achavam que ela não era tão bonita quanto às outras.
Neste momento ela decide dar a volta por cima, se produzindo toda para
dominar a festa e se jogar no Mandela.

"Estou muito feliz com o sucesso de “Se Joga No Mandela”.
Ver o alcance desta música nas plataformas digitais e também em algumas casas
noturnas que já estão tocando meu novo trabalho é extremamente gratificante.
Tenho 5 músicas prontas e vou gravar mais 7. Até janeiro do próximo ano pretendo
lançar um EP com músicas  nacionais, internacionais e claro, com várias participações 
especiais” ressaltou o artista.

 Zolky também é dono dos hits “Vou Brindar” e “Hit da Favela”

Confira com exclusividade o bate bola que realizamos com o cantor que promete muitos embalos e já é um sucesso por onde se apresenta


Nome: Zolky

Localização:Mogi Das Cruzes - São Paulo

Um sonho: Reconhecimento musical nacional e internacional.

Um medo ou receio: Ser Injusto com pessoas boas

O que você espera para o mercado musical, já que muitos artistas como você, reclamam, e com razão da falta de espaço tanto na mídia como em muitas cidades, as Prefeituras de alguns municípios tem restringindo suas respectivas apresentações?
Bom, como eu já disse muitas vezes, os meio de comunicação acabam perdendo grandes nomes e grandes talentos por falta de chances, por exemplo, se chega uma pessoa que faz shows ela já é uma artista, mas se chega uma pessoa que estudou, sabe o que faz, sabe aonde quer chegar, existe um plano, a mídia meio que não dá muito valor.
Hoje em dia existem muitos profissionais despreparados e sem técnicas cantando ou tocando, são apenas comerciais e nem isso as vezes, apenas gosta de aparecer, eu acredito que cantar e muito mais que abrir a boca. 

No seu ponto de vista, como esta a comunicação atual da radiodifusão?E para o mercado musical, como esta o espaço nestas respectivas rádios?

Se você tem uma música de qualidade e contatos bons você consegue trabalhar muito bem.

Qual foi o momento marcante da sua carreira até hoje?

Quando profissionais que treinaram meus ídolos me disseram que eu era um artista semi completo, que eu tinha tudo para ser um dos melhores cantores que existe, que eu precisava manter meu foco e estudar além dos meus limites.

Um ídolo: Beyoncé

Uma decepção: Falsidade

Uma canção: Perfect Ilusion ( Lady GaGa)

Se pudesse viajaria para onde? Africa do Sul.

Uma saudade:Nenhuma

Quem você gostaria de cantar ou dividir um palco durante um show?
Internacional: Lady Gaga e Nacional:Ivete Sangalo

Com a chegada da internet os meios de comunicação entre nós profissionais da imprensa e
para os artistas que se expandiram nas plataformas digitais, até que ponto você acha isto válido?
 Acredito que todos os meios sejam positivos, para reconhecimento e válido em todos os aspectos. 

Um prato: Macarrão ao molho Rosé 

O que você prefere praia, campo ou montanha?
Montanha.

Uma musica: Bohemian Rahpsody

Quais seus projetos para este segundo semestre de 2019?
Laçar musicas novas e alcançar novas etapas.

Qual o seu recado para os leitores do celebridades in Foco:
Que independente de qualquer coisa ou situação um artista sempre deve saber aonde quer chegar e para isso precisa saber como fazer e, principalmente, jamais desistir de seus sonhos, pois eles te dão força para torná-los reais.

segunda-feira, outubro 14, 2019

Jose Augusto realiza nova turnê em São Paulo




















Milhares de fãs estiveram no Tom Brasil para a apresentação do show da nova turnê do cantor José Augusto "Um Brinde ao Amor".
A expectativa era grande antes mesmo do inicio do show que trazia um amplo e lindo cenário e a ansiedade em ver um dos maiores cantores da musica popular brasileira, entrando ao palco, para cantar seu grandes sucessos.
O cantor é uma das referências da música romântica nacional com mais de 20 milhões de discos vendidos e mais de 400 composições
Confira os melhores momentos deste grande show que levou a platéia às lagrimas, inclusive seu amigo o apresentador Luiz Ricardo do SBT.

Exclusividade do portal Celebridades In Foco
Cobertura : Eliciane Alves

DIAS ESTRANHOS E OS COTIDIANOS PERRENGUES



É muito difícil todas as semanas decidir sobre o que escrever, para nós, colunistas, da imprensa, sites, jornais, etc. Parece que estamos sempre batucando nas mesmas pretinhas, as teclas, e a sensação de que chovemos no molhado com nossas opiniões é impressionante. Daí às vezes também querermos mudar de assunto, não falar do Brasil, que não muda, só piora, e então optar por falarmos sobre aspectos pessoais - nossas vidas, mas como sempre tudo isso tem uma total relação com onde vivemos
Vai chegando o dia de escrever e o pânico se estabelece. Mais uma vez relembrar os fatos gerados pelo Governo Bolsonaro, o próprio, seus ministros, suas manobras e absurdos, declarações, algumas que chegam a ser inacreditáveis em plenos tempos modernos? Criticar os termos chulos usados, ofendendo a nossa inteligência, ou os índios, as mulheres, todos, e agora até as árvores?
A impressão que muitos leitores podem ter é que passamos o tempo procurando essa pulga, mas não é verdade. Ela pula na nossa frente no noticiário, nos fatos que geram, na repercussão que causam especialmente atrasando e desviando de tantas coisas sérias e reais que precisam ser resolvidas e acabam relegadas.
Para mim essa foi uma semana muito difícil, estressante, que começou – vejam só – comigo sendo assaltada em pleno centro da cidade de São Paulo, plena avenida, pleno policiamento, e no meio de um evento musical nas ruas. Um sujeitinho franzino, podia até ser menor de idade, ar violento, aproveitou o trânsito parado na Rua Xavier de Toledo, e me abordou no carro, ameaçando com arma (que não vi, e ainda creio que era imaginária), pedindo meu celular.
Como já ando atenta, o celular não estava à vista, mas bem guardado, e respondi que não tinha nenhum. Ele ainda meteu a mão pra procurar se estava entre as minhas pernas. Então exigiu a bolsa, que estava num cantinho, esquerdo, onde já também por prevenção costumo deixar. Na enfiada de mão, acho que bateu nela e puxou. Ainda tentei segurar, mas não deu, e ele saiu correndo – dentro, todos os meus documentos, um dinheirinho importantíssimo, contado e suado, que eu precisava, creio até que mais do que ele. Ainda tentei correr atrás, mas logo encontrei com quatro, quatro, guardas logo ali, e pasmem: com ar patético, apenas disseram que não viram ninguém correndo. Só eu vi, né? - Logo sai correndo mais ainda foi dessas lerdezas inacreditáveis.
Nada. O menino sumiu. Era questão de me conformar. E prestar queixa o mais rápido possível. Aí, aqui na terra do João Doria, que bota no ar uma espetaculosa propaganda da polícia que você tem a impressão que está dentro de um filme de ação da própria Swat e vive no lugar mais seguro do mundo, começou a epopeia. A principal delegacia do centro da cidade foi a primeira aonde me dirigi. Na porta, a placa enorme – PLANTÃO 24 HORAS. Mas a imensa porta de vidro fechada. Toquei a campainha e um sonolento homem apareceu dizendo que ali não tinha delegado, que devia ir em outra “freguesia”.
Resolvi então ir à mais próxima de minha casa, por sinal, a tida como mais vip da cidade, por estar em uma área que ainda ousam chamar de “nobre”. Sem dar esperanças, ali os investigadores foram logo dizendo que havia dois flagrantes à frente e que minha queixa poderia levar toda a noite e madrugada. Bem, dali liguei pro banco, cancelei o cartão, e voei para fazer o salvador BO eletrônico. Assim como começar a agendar a feitura de segundas vias de tudo que podia pedir. A gente se sente muito violentada, desprotegida, sem reação.
No dia seguinte, final da tarde, uma alma boa me ligou, havia achado um cartão com as coisas. Passeando com o cachorro na Praça da República encontrou minha bolsa (que, aliás, era muito vagabunda) jogada, com alguns desses documentos e o principal para mim, meu óculos de leitura, lindo, único, caro, e sem o qual não enxergo um palmo. Deixou tudo em um posto da PM ali perto, onde busquei, agradecendo a todo os santos, rezas, erês, solidariedade dos amigos. Nada do cartão bancário, claro, e nem do cartão de idoso de transporte público. Mas como já havia bloqueado ambos, como diria, não me preocupei. Até alguns dias depois, quando o banco bloqueou minha conta porque alguém tinha usado e tirado dinheiro, de uma maquininha. Me respondam como pode isso, sem senha, e de um cartão bloqueado!
Não tem como medir o stress e o mal que isso tudo – e tudo o mais na sequência – levou. A não ser contar que a semana de perrengues termina comigo de molho. Uma cirurgia na boca, usual, rotineira, acabou me derrubando.
A imunidade da gente vai a zero. Não há como não entender porque estamos num país com tantas pessoas doentes, pessoas enfrentando diariamente perrengues infinitamente piores, e totalmente largadas por aí, sem qualquer assistência, sem qualquer imunidade, só para lamentar, sem seguro, sem proteção.
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MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Site Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano- Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. Já à venda nas livrarias e online, pela Editora e pela Amazon
marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

Dia de Nossa Senhora Aparecida recebe mais de 145 mil pessoas no Santuário


O 12 de outubro é dia de comemorações no Santuário Nacional de Aparecida (SP). Mais de 145 mil fiéis participaram das celebrações até o meio-dia. Até o fim do dia, ainda acontece uma missa de encerramento às 20h.

Desde o primeiro minuto de sábado, uma vigília acolheu os peregrinos que chegaram durante a madrugada. Grupos e movimentos da cidade de Aparecida e região conduziram o momento oracional.

Ao longo de toda a noite, o Santuário Nacional não fechou seus portões, que permanecem abertos até às 22h de amanhã (13). O Nicho que abriga a Imagem original da Padroeira do Brasil também se manteve aberto desde a manhã do dia 11 de outubro. Milhares de fiéis passaram diante da Padroeira do Brasil ao longo do dia, formando filas nas rampas de acesso ao espaço.

As missas em louvor a Nossa Senhora Aparecida, seis até o fim do dia, ficaram repletas de devotos. A primeira, às 5h, iniciou o cronograma de celebrações eucarísticas. Às 7h, a Eucaristia foi dedicada às crianças, também comemoradas neste dia. A atividade marcou a abertura da Semana da Criança, realizada até o dia 18 de outubro. A ação é realizada pelo Santuário Nacional em parceria com o Ministério Público do Trabalho e o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região.

Durante a principal missa do dia, às 9h, o maior templo dedicado à Virgem Maria no mundo ficou pequeno para acolher a multidão de peregrinos. Até os corredores externos da Basílica foram utilizados pelos fiéis para acompanhar a celebração, presidida pelo arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes.

Ainda aconteceram missas às 13h e 16h. A celebração do fim da tarde contou com a presença do presidente da República, Jair Bolsonaro. Ele foi o primeiro presidente a participar das celebrações do 12 de outubro na Nova Basílica. Fernando Henrique Cardoso já havia visitado o templo em maio de 1998, fora das festividades da Padroeira.

Durante o rito, o chefe do executivo brasileiro realizou a primeira leitura, retirada do livro bíblico de Ester. A passagem bíblica, proclamada todos os anos durante a Solenidade da Padroeira, é, para os católicos, a "prefiguração de Nossa Senhora, que assim com Ester, intercede pelo povo", explicou Dom Orlando, que também presidiu a celebração das 16h.

Recordando a história da Imagem de Aparecida, o arcebispo afirmou que só a união e a verdade podem restaurar o Brasil. "O que faz bem, queridos irmãos e irmãs, é procurar a verdade. A verdade é que liberta. A verdade é que nos dá paz. E a verdade é que nos leva a viver como irmãos e irmãs. E a nossa Verdade é Jesus Cristo", contextualizou.

Finalizando sua mensagem, Dom Orlando se dirigiu a Bolsonaro e assegurou suas orações ao presidente. "Em todas as adorações feitas neste Santuário nós rezamos pelo papa, pelo arcebispo e por todas as autoridades constituídas, para que governem com justiça. São Paulo, na primeira carta a Timóteo, nos diz que rezar pelas autoridades constituídas é um dever", afirmou o arcebispo.

Neste momento, a procissão solene percorre as ruas da cidade de Aparecida com a imagem de Nossa Senhora. A caminhada tem pouco mais de um quilômetro e meio, saindo da Basílica Velha em direção a Tribuna Papa Bento XVI, na área da Basílica Nova.

Com a chegada da procissão tem início a última missa do dia, às 20h, no Altar Central da Basílica. Um show pirotécnico encerra as comemorações do Dia da Padroeira.

Movimentação - O maior estacionamento aberto da América Latina também ficou pequeno para o grande número de fiéis. A grande movimentação fez com que o estacionamento do Santuário Nacional fechasse os portões por duas horas durante a manhã.

Além das romarias vindas em veículos, grandes grupos a pé marcaram presença no maior centro de peregrinações na América Latina. A Tenda dos Peregrinos, espaço que acolhe aos romeiros que chegam caminhando ou de bicicleta, registrou mais de 1300 atendimentos, realizado por profissionais voluntários.

A movimentação continuou intensa no domingo onde a  expectativa é de que mais de 80 mil fiéis visitem o Santuário Nacional no domingo, estendendo as comemorações da Padroeira.


Foto: Thiago Leon

Reportagem :Victor Hugo Barros

quarta-feira, outubro 02, 2019

De Lula Livre a Lula Preso



Há quem diga que no Brasil nada muda, que tudo é sempre igual. Muda, sim: o grito de guerra dos cumpanhêro, a partir do momento em que a Lava Jato pediu que a pena de Lula progrida para o regime semiaberto, deixou de ser Lula Livre. Agora, seguindo as ordens do ex-presidente, é Lula Preso.

Lula disse que não aceita a progressão de pena. Garante que só sai quando seu julgamento for anulado e ele puder deixar a prisão como inocente que foi injustiçado. Que pode acontecer? Não se sabe exatamente. O procurador Deltan Dallagnol acha que Lula, como qualquer presidiário, tem de cumprir a pena como lhe for imposta. O presidente Bolsonaro acha que, se Lula não quiser trocar a prisão por regime semiaberto, tem o direito de ficar preso.

É briga boa: não há muitos casos semelhantes que orientem a solução do atual. Não há, dizem juristas, nenhuma determinação específica na lei. Logo, há campo para uma batalha de interpretações – uma coisa meio maluca, bem Brasil, em que os adversários de Lula querem libertá-lo e seus seguidores querem mantê-lo preso. Lula joga no futuro: quer sair da prisão perto das eleições, na condição de vítima. Mas há vários futuros possíveis: se for condenado em outros processos, e há vários, fica por longo prazo em regime fechado, perdendo a liberdade parcial, e sem disputar eleição alguma.

A Lava Jato vem sendo podada pelo Supremo, pelo Congresso e também por Bolsonaro. Mas há muitos tiros disparados. Se um acertar, Lula não sai.

O dia D

O Supremo deve concluir hoje a votação do caso dos depoimentos dos réus em caso de delações premiadas. Já há maioria formada em favor de dar aos réus delatados o direito de depor por último, como se os réus delatores fossem assistentes da acusação. Mas que é que isso significa?

Não é bem assim

Há consenso no Supremo de que não há condições de anular todos os julgamentos em que os réus delatados não foram os últimos a depor. Os ministros falam em “modular” o alcance das decisões. Podem, por exemplo, decidir que a decisão valha apenas em casos futuros. Ou que seja aplicada nos casos em que a defesa recorreu. De qualquer forma, o julgamento não envolve Lula: no caso em que foi condenado, o do apartamento no Guarujá, nada existe que possa ser alterado por essa decisão do Supremo.

Quem perde

Com uma decisão do Supremo exigindo que os réus delatados tenham o direito de depor por último, quem perde é a Lava Jato. O procurador Deltan Dallagnol acha que haverá um grande retrocesso no combate à corrupção. Há quem diga que as alegações finais dos réus não trazem, a rigor, nada de novo ao caso.

Mas, se não houvesse prejuízo para a acusação, Dallagnol não estaria tão bravo, nem seus adversários tão exultantes. Junte-se a isso o livro e as entrevistas do ex-procurador-geral Rodrigo Janot, que uniram alas que sempre criticaram os métodos da Lava Jato mas não se entendiam, e surge um quadro de enfraquecimento da operação. Mesmo os ministros do STF mais favoráveis à Lava Jato se solidarizaram com as medidas para enquadrar Janot. Nenhum deles quer tiroteio dentro de seu local de trabalho.

Por que?

Esqueça a história de que o ex-procurador Rodrigo Janot contou a história de que quis matar Gilmar Mendes porque queria vender livros. Primeiro, é difícil ganhar dinheiro com livros. Tirando o pessoal da autoajuda, Fernando Morais, Paulo Coelho, não se ganha dinheiro vendendo livros. Segundo, o livro de Janot foi amplamente distribuído, de graça, pela Internet. Também é bobagem imaginar que ele tenha levantado a história para sofrer uma busca e apreensão, que entregaria à Federal seus arquivos e conversas telefônicas, nos quais haveria coisas comprometedoras contra adversários políticos. Se quisesse dar à Federal as informações, bastaria copiar o que quisesse em pendrives aos quais, para usar a frase habitual, “a Polícia teria acesso”.

Adivinhar os motivos de Janot é ainda muito difícil. Um palpite: sentiu a falta dos holofotes e confessou algo que nem crime é, mas teria repercussão. Mas saberia que iriam vasculhar sua vida para achar algo comprometedor. Já sabemos até que ele sua equipe bebiam em serviço. Está no livro.

Cervejinha

A reforma da Previdência passou em primeiro turno e o ministro Onyx Lorenzoni acha que estará tudo concluído até o dia 10. Mas o senador Major Olímpio, líder de Bolsonaro, adverte: se as demandas dos senadores não forem atendidas, a reforma para. Não é coisa pequena: fala-se que os pedidos custarão algo como R$ 3 bilhões. O Governo concordou em atender os parlamentares, mas não liberou as verbas. E eles sabem que, se a reforma for aprovada sem que as verbas tenham saído, vão todas para a cesta seção.

É briga de profissionais: ninguém mais quer promessas, cada um está à espera do naco de carne que foi combinado. Sem carne, não há reforma que ande.

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