sábado, outubro 30, 2021

Dinheiro na mão é vendaval, com Carlos Brickmann


 

DINHEIRO NA MÃO É VENDAVAL


Pagar R$ 400 reais por mês para famílias que correm o risco de morrer de fome é dificílimo, fura o teto de gastos, arrebenta o Orçamento federal. E, se houver aumento no auxílio, não haverá como honrá-lo.

Mas o ministro da Educação, Milton Ribeiro, quer dividir instituições de ensino superior já existentes para criar cinco universidades e cinco institutos técnicos. Não será criada nenhuma vaga para estudantes. Em compensação, serão criadas vagas para 2.912 novos funcionários, com gastos novos (pedido do Centrão): de acordo com o Ministério da Economia, R$ 500 milhões por ano. O Ministério da Educação diz que o custo será de R$ 147 milhões – só isso, e o ministro acha que não é muito. Muito é o auxílio de R$ 400 mensais.

Falta dinheiro para R$ 400 mensais. Mas para aluguel de prédios de luxo, que ficam em boa parte desocupados, o Governo tem. A AGU, Advocacia Geral da União, paga R$ 1,5 milhão de aluguel mensal, revela o colunista Cláudio Humberto – e acrescenta que boa parte do prédio está desocupada há pelo menos dois anos. Pelos cálculos de um advogado da União, citado pelo colunista, só o aluguel pago pelos espaços vazios da AGU cobriria o valor extra do auxílio para um milhão de pessoas. A Procuradoria Geral da Fazenda Nacional faz parte da AGU, mas ocupa outro prédio, também vazio em boa parte.

Cláudio Humberto completa: mais de 20 prédios locados ao Governo Federal têm uso inferior a 20%. Não há orçamento que aguente.

A fonte dos recursos

Pegue sua conta de luz. Este colunista pegou a conta de uma pessoa que mora sozinha. O custo está discriminado direitinho: valor total, R$ 203,57. De eletricidade, mesmo, a conta é de R$ 49,97. Impostos diretos e encargos, R$ 60,54 – você paga mais de imposto do que de energia. É daí que sai todo o dinheiro para as mordomias e luxos brasilienses.

Mas não é só isso que sai de seu bolso: serviço de distribuição, quase tanto quanto de luz: R$ 47,70. E serviço de transmissão, R$ 8,53. Algum especialista certamente saberá dizer qual a diferença entre distribuição e transmissão. Encargos setoriais, seja lá isso o que for, R$ 8,88. Perda de energia no caminho até sua casa, você paga: R$ 11,56. Há R$ 2,45 de bandeira amarela, R$ 6,03 de bandeira vermelha, mais R$ 15,89 de iluminação pública.

Como o caro leitor usa também a luz das ruas, vamos fazer a soma: R$ 49,97 mais R$ 15,89, total R$ 65,86. Mesmo assim, só o imposto quase duplica a conta. E, no final, são R$ 203,57.

Mas há despesas

Afinal de contas, é preciso pagar despesas inadiáveis, como as novíssimas universidades que só terão custos, mas não terão vaga para nenhum estudante. E para pagar coisas como a farra aérea do dia 21 de agosto. Damares Alves, ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, requisitou avião da FAB para viajar de Brasília a São Paulo com Michelle Bolsonaro, para assistir a um evento do programa Pátria Voluntária, coordenado pela primeira-dama.

Decreto do Governo Federal determina que a comitiva que acompanha a autoridade no avião deverá ser ligada à agenda a ser cumprida. Mas, apesar do decreto, o avião cujas despesas o caro leitor paga transportou sete parentes da primeira-dama, mais a esposa do ministro do Turismo, Sarita Pessoa, de carona. À noite, Damares e Michelle participaram da festa de aniversário do maquiador Agustín Fernandez. Na volta, Agustín Fernandez também pegou carona no voo, ao lado da filha mais velha, de três irmãos, de uma cunhada e de dois sobrinhos de Michelle, e de Sarita Pessoa.

Exemplo não seguido

Num país evidentemente muito mais pobre que o Brasil, a Alemanha, a primeira-ministra Angela Merkel passou as férias na Croácia, com o marido. Ela, por questão de segurança, viajou no avião oficial; o marido foi em voo comercial, ida e volta. E explicou: se viajasse no avião oficial, teria de pagar tarifa cheia de primeira classe, sem desconto. Preferiu economizar: voou em linha comercial, ida e volta, classe turística. Aliás, em recente entrevista, Angela Merkel disse que, nos 16 anos de poder, continuou morando em seu apartamento, sem empregada. Deixa o Governo sem precisar fazer mudança.

Pedra no caminho

Segunda-feira que vem é dia 1º, quando os caminhoneiros, tanto patrões como empregados, ameaçam entrar em greve. Wallace “Chorão” Landim, um dos líderes da paralisação de 2018, presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), diz que não haverá recuo, a menos que o próprio Bolsonaro anuncie a mudança na política de preços de combustíveis da Petrobras. E não quer nem conversa com Tarcísio Gomes de Freitas, ministro da Infraestrutura, a quem acusa de ter feito promessas em nome do Governo sem jamais cumpri-las.

Ou Bolsonaro ou ninguém.

Mas...

Anteontem, a Petrobras anunciou nova alta na gasolina (7%) e diesel (9,1%). Com isso, só neste ano a gasolina subiu 73%, e o diesel 65,3%.

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sexta-feira, outubro 29, 2021

Gritos da Terra por Marli Gonçalves


 

Ensurdecedores, gritos vindos de todos os cantos, boa parte deles serão descritos agora em seus aterrorizantes detalhes durante a COP26, que acontece nesses próximos dias na Escócia. O Brasil tenta tapar os ouvidos, mas levará muitos puxões de orelha.

Vulcões eclodindo, tremores, tempestades vermelhas de areia e pó, incêndios, secas e inundações fora de época, temperaturas e fatos anormais, prejuízos nas lavouras, fome, miséria, pandemia, populações dizimadas, retrocessos políticos de toda a ordem, e uma lista interminável de gritos da Terra, em todos os idiomas. Milionários que antes queriam sair apenas de seus países, agora querem ver se arrumam até um outro Planeta para fincarem suas boquinhas, seus poderes e suas fortunas.

E nós? Diante do mundo todo em encontros anteriores prometemos e não cumprimos nem um pouquinho, até pioramos, as metas que ajudariam - a nós mesmos e ao planeta - a baixar a temperatura e a rapidez do declínio trazido pelas mudanças climáticas a cada dia mais visível, sofrido, sentido, mortal. Ao contrário, nos últimos anos a tal boiada vem passando solene por aqui, matando, desmatando, queimando, derrubando, de forma devastadora. Agora, com uma pastinha vazia debaixo do braço, chegaremos lá no encontro para tentar dar alguma satisfação, autoridades contarão suas mentiras, com dados e percentuais que a gente nunca sabe bem como conseguem calcular de forma tão enviesada as suas desculpas esfarrapadas.

Passaremos com cara lavada pelos ambientalistas que com suas coloridas faixas, pedidos e protestos já ocupam as entradas e onde, também lá, o nosso atual desgoverno será achincalhado, e claro que ainda haverá quem ouse chamar isso de indevida interferência externa nos negócios nacionais. E, como estamos sendo desgovernados por um brucutu, nada surpresos ficamos em ver o machão marrento desistindo de aparecer, como se isso pudesse poupá-lo. O próprio vice-presidente, Hamilton Mourão, afirmou que “jogariam pedra” em Bolsonaro se acaso ele aparecesse por lá, foi ele quem disse, justificando a ausência do ser não-vacinado, embora o presidente tenha mesmo viajado à Europa, mas para a Itália, receber uma homenagem que inventaram para ele numa cidadezinha governada pela direita, com... 4739 habitantes. Ah, sim, nós estamos pagando por isso. Bem caro.

Só gritando muito, mas em português, alto.

Nem precisamos esperar um encontro internacional tão importante para gritar, uma vez que por aqui todo santo dia temos o que lamentar, pisam sem dó em nossos pés e calos, nos dizem barbaridades, tomam decisões que lamentaremos por muito tempo ainda, e não vemos em qual direção apelar para que um mínimo de bom senso recaia sobre os dirigentes – e aí, ressalte-se, em todos os níveis.

Os próximas dias e tempos nos ameaçam com outros fatos perturbadores, fazendo com que nem adiante apelar aos celtas e suas simpatias de Halloween: inflação descontrolada, greve de caminhoneiros, aumento ainda maior do preço de combustíveis, desabastecimento, fim do Bolsa Família e desencaixe total do novo Auxílio Brasil, descrito por todos os economistas como uma bomba-relógio que, se der algo a quem precisa, e excluindo muitos, o fará com uma mão e tirará solerte com a outra. O bang bang geral parece querer tomar as cidades de assalto.

No Dia de Finados choraremos os mais de 605 mil mortos, entre eles, certamente, pessoas que já fazem muita falta a mim, a você, a todos nós. E, no dia 15, quando deveríamos festejar a sonhada República, poderemos mesmo é estar nas ruas gritando porque diariamente só vemos serem praticados atos bem pouco republicanos.
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MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano - Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. Nas livrarias e online, pela Editora e pela Amazon.
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OBSERVAÇÃO: TODAS AS COLUNAS ESCRITAS POR SEUS RESPECTIVOS AUTORES SÃO DE RESPONSABILIDADE DOS MESMOS. 

Jacareí recebe a 2ª Mostra Nexus Atmosferas em novembro


 

Reunindo 30 profissionais da arquitetura e do design, a mostra deste ano promete ser mais um marco do setor na RMVale

 Uma residência de 2.000 metros quadrados, projeto do escritório Otta & Albernaz, que integra tecnologia e integração com a natureza será o palco da 2ª Mostra Nexus Atmosfera, um evento que reúne 30 profissionais da arquitetura e do design, além de um laboratório de estudantes da área, de 6 a 28 de novembro aos finais de semana (sextas e sábados das 12h às 20h, domingos das 10h às 17h).

Um dos grandes diferencias deste ano é que o local da mostra foi acompanhado desde o início das obras. O casal Eduardo Albernaz e Tatiana Otta foram os responsáveis por criar essa residência que será utilizada por uma família e que conta com 30 ambientes, entre 10 suítes, danceteria, spa e diversos outros ambientes capazes de entregar um leque de oportunidades para os profissionais que estarão na mostra. Nesse contexto, o desafio do projeto foi unir os anseios dos arquitetos e designers com os desejos do proprietário da casa.

“O projeto do Otta & Albernaz reúne beleza, funcionalidade e conforto. Uma casa construída com o moderno método MLC (madeira laminada colada) que é considerado o material do futuro da construção civil com o uso sustentável da madeira que permite grandes vãos livres, a residência é perfeita para receber essa mostra que valoriza os profissionais da região e se alinha com nossos valores”, conta Kleber Santos, presidente do Grupo Nexus, responsável pelo evento.

Os profissionais selecionados nesta edição são: Studio Arquitetura, Sonne Müller, Natasha Pereira, Hellen Pacheco, Viviane Fortes, Natália Buscardi, Nevânia Aves, Mariana Lobo, Ana Carolina Scarpelli, Otta Albernaz, Marina Ferrer, Rafael Oliveira, Débora Oliveira, Carla Sampaio, Daniela Carneiro, Gustavo Martins, Thaís Martarelli, Letícia Motisuki, Carolina Maluf e Priscila Pereira.

Criado em 2018 e sediado em São José dos Campos, o Grupo Nexus é uma rede que reúne empresas e empreendedores dos segmentos da construção, arquitetura e design. O objetivo principal é favorecer a integração e desenvolvimento dos associados e fomentar o mercado regional.

“O público da mostra será impactado pela criatividade desses profissionais, que foram selecionados pelos talentos e alinhamentos com o mundo em que vivemos. Não é somente o belo e funcional, é o conceito que se estende desde a obra, passando pelas propostas de cada ambiente”, finaliza Kleber Santos.

@nexusoficial

http://nexusoficial.com.br/mostra/

 

domingo, outubro 17, 2021

O HERDEIRO DE DILMA É O DILMO COLUNA CARLOS BRICKMANN


 

Bolsonaro quer indicar um ministro para o Tribunal de Contas da União e pressiona o presidente do TCU, ministro Raimundo Carreiro, para que se aposente. A oferta, segundo se comenta, é trocar o lugar de ministro do TCU pela Embaixada em Portugal. Há dois candidatos à futura vaga: Fernando Bezerra Coelho, MDB, líder do Governo no Senado; e senadora Kátia Abreu, PP. Os dois foram ministros de Dilma Rousseff, do PT: Kátia Abreu, da Agricultura, e Fernando Bezerra Coelho, da Integração Nacional.

O presidente gostaria de ver seu ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, candidatar-se ao Governo de São Paulo. Tarcísio foi diretor executivo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, DNIT, e depois secretário da Coordenação de Projetos da Secretaria Especial do Programa de Parceria de Investimentos (PPI) de Dilma Rousseff. Enfim, as coisas estão esclarecidas: Bolsonaro é o herdeiro político de Dilma.

Tarcísio até procurou o ex-presidente Michel Temer para aconselhar-se sobre a candidatura ao Governo paulista. E recebeu o primeiro conselho: mudar seu título de eleitor para São Paulo. Os paulistas já elegeram para o Governo um mato-grossense, Jânio Quadros, e um baiano, João Doria; mas ambos morando e votando em São Paulo. A Capital já elegeu um prefeito carioca, Celso Pitta, e um militar da reserva, o brigadeiro Faria Lima. Tarcísio, militar da reserva e carioca, só precisa descobrir onde é Guarulhos.

Sob a mesma direção

Como secretário da PPI de Dilma Rousseff, Tarcísio Gomes de Freitas foi um dos responsáveis pelas privatizações, concessões e desestatizações. E, já na época, era da linha que seria seguida pelo presidente Bolsonaro e por seu Imposto Ipiranga, Paulo Guedes: não privatizou nem desestatizou.

Ele sabia, muito antes dos outros, que uma fruta não cai longe da árvore onde nasceu.

Democrata linha cubana

Fernando Haddad, o candidato-poste de Lula nas últimas eleições, admitiu a um grupo de 20 empresários que houve corrupção na Petrobras no governo do PT, mas os corruptos eram diretores da empresa, Lula não sabia de nada. Com Lula, disse, a economia ia bem; quem teve maus resultados não foi Lula, mas Dilma. O PT não é um partido de esquerda, mas de centro-esquerda.

Talvez por isso os governos do PT tenham negado a extradição de Césare Battisti, que fazia parte de um grupo terrorista comunista, assassino confesso, condenado pela Justiça italiana; e deportado depressa dois atletas cubanos que pediam asilo ao Brasil.

É a ala cubana da centro-esquerda.

Censura democrática

Em entrevista à repórter Bela Megale, de O Globo, Fernando Haddad disse que “é ridículo associar Lula a qualquer gesto extremista”. Digamos que o “controle social da mídia”, também conhecido como censura à imprensa, que vem sendo defendida por Lula desde seu Governo, seja então uma medida democrática.

E não é extremista: definitivamente não se inclui no extremo centro do arco democrático.

Boa, Bolsonaro!

Declaração do presidente Bolsonaro, em live: “Se eu for novamente infectado (pela Covid-19) vou tomar hidroxicloroquina e ivermectina, ponto final. É minha vida que está em jogo”. Se o médico que o atender não receitar hidroxicloroquina e ivermectina, procurará outro.

Este colunista está solidário com o presidente e recomenda: vá em frente.

Lava Jato de elite

O procurador federal Diogo Castor de Mattos, que foi integrante da Lava Jato, pediu inscrição como sócio do Iate Clube de Caiobá, dos mais luxuosos do Litoral do Paraná, com uma esplêndida marina repleta de iates. Ali é um bom lugar para descansar das preocupações com um processo contra ele que tramita no Conselho Nacional do Ministério Público no qual, se considerado culpado, pode sofrer a pena de demissão do cargo. É acusado de financiar um painel com elogios à Lava Jato em frente ao aeroporto internacional de Curitiba. O processo já está com dois votos contra o procurador Castor de Mattos, mas foi paralisado há duas semanas por um pedido de vistas.

Faça o que eu digo

O Governo Federal aumenta o preço da eletricidade e pede à população “o uso consciente” de luz e força, tudo para reduzir o consumo numa época em que as represas, apesar das últimas chuvas, continuam baixas após dois anos de estiagem.

Ao mesmo tempo, elevou-se o gasto de energia elétrica nos prédios que fazem parte da Presidência da República: o aumento foi de 5,2% entre junho e agosto de 2021, comparados com junho e agosto de 2020.

Alô, investidores

Dica quente, oficial, para quem pude investir: a taxa de juros Selic subirá um ponto percentual por reunião do Banco Central. A informação é do diretor de Política Econômica do Banco Central, Fabio Kanczuk.

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Jantar reúne arquitetos e logistas que participam da 2a Mostra Nexus Atmosfera





 

Aconteceu no último dia 07, um jantar que reuniu arquitetos e logistas da região, que participam da 2a Mostra Nexus Atmosfera.

De acordo com a programação de finalização da Mostra o jantar foi promovido para os 30 escritórios de arquitetura e lojistas envolvidos na Mostra Nexus - Edição Atmosferas. 

O intuito do evento foi a entrega de um material rico em informações e sugestões para que explorem seu ambiente ao máximo. 

 A 2ª Mostra Nexus Atmosfera, acontece de 6 a 28 de novembro aos finais de semana (sextas e sábados das 12h às 20h, domingos das 10h às 17h).

 


sábado, outubro 16, 2021

MAIS UMA DOSE? É CLARO QUE EU ESTOU A FIM com MARLI GONÇALVES


 

Toda feliz, estava contando os dias, essa semana tomei a terceira dose de vacina, o reforço. E se aparecer mais, se precisar tomar mais uma dose, podem me aguardar no local, dia e hora indicados. Não entendo, e não entenderei nunca, quem ousa não se vacinar e ainda sair por aí batendo no peito pela bravata, espalhando infelicidade e morte.

É maldade. Ignorância? Burrice? Ou só, pensa nessa opção, medo de agulha com uso de álibi de pinceladas políticas? Pode ser, porque só explicações dessas podem fazer uma pessoa por em risco sua própria vida e a de quem o cerca, dentro ou fora de casa. Ousar fazer campanha contra a maior tábua de salvação que o mundo todo tem para sair dessa pandemia e que já provou ser eficiente; vacina, forma fundamental, inclusive vitoriosa, para erradicar doenças que já fizeram (e voltam a fazer agora com esses movimentos antivacinas) muita gente morrer, chorar e passar agruras; algumas, a vida inteira, como no caso das vítimas da poliomielite, e que à época alguns pais não acreditaram na importância. É sarampo, meningite, uma série de males evitáveis que, se começarem com força de novo a se espalhar, serão mais outros tempos bem terríveis nesse Brasilzão de Deus. Tanto descuido com a saúde, incluindo o descaso das autoridades, fez com que até a raiva, que já estava dada como erradicada, ressurgisse.

Por falar nisso, em chorar, não fui eu, juro, quem disse, fui até ouvir na rede oficial para acreditar se era verdade. Foi o próprio presidente na live onde, aliás, também tossia bastante. Foi ele quem comentou, digamos do nada, que - tadinho - chora muito trancado no banheiro, nem a esposa vê, e que ela acha que é o machão. No mesmo dia disse mais, que se pegar Covid tomará hidroxicloroquina e a ivermectina, um remédio de vermes, ops, feito para combater vermes, ambos comprovadamente ineficazes e perigosos se administrados em alguns casos. Mais: juntou alhos e bugalhos nas informações sobre os esperados remédios que os grandes laboratórios estão desenvolvendo. Justificou a tosse forte como uma gripe e não, ele não estava de máscara, nem mesmo assim. Rezemos pelo tradutor de libras que estava ao seu lado.

Dias antes havia dito que não vai mesmo se vacinar. – Que surpresa!

Aí eu pergunto – eu, espero que você também, e o mundo todo, e quem tem informações, que vê a realidade, todos os preocupados com os descaminhos do Brasil nesses tempos pergunte – como pode estar ainda no cargo alguém capaz dessas e outras maldades, bobagens, atos, mentiras, tudo, as provocações que destila diariamente? Todos os crimes que comete e, mais uma vez, não, não estou me referindo à tal lista de onze crimes que estarão arrolados no relatório final da CPI, que nem precisa disso. Vários desses crimes, acintes, erros, comando de uma equipe incompetente em praticamente todas as áreas, vêm sendo praticados há mais de dois anos bem nas nossas fuças. Aplaudidos por uma turbinha animada, criada e regada, à base de ódio, no jardim dos desatinos.

A resposta não é simples: creio que é de novo o combinado de interesses, de compras e vendas de poder, emendas, barganhas, beneficiados. O combustível usado por todos os governantes desse país claudicante, um após o outro.

Mais uma dose? É claro que estou a fim. Vacina, sim. Ele não. E não, também.

Por favor, aconteça o que acontecer de agora em diante, apenas não esqueça o que já presenciamos. Nas próximas eleições uma das coisas que mais precisaremos fazer será de um tudo para negar veementemente em atos o que costumam dizer da gente, que brasileiro não tem memória. Precisaremos provar que temos sim, inclusive, ressalte-se, muita memória, e fresca, retroativa há muitos anos, em todas as direções, a tudo-tudo o que aconteceu e que foi o que acabou nos trazendo a esse calvário onde nos meteram.

... A noite nunca tem fim/ Por que será que a gente é assim? ...

quarta-feira, outubro 06, 2021

Big Techs na Hora da Verdade com Carlos Bickmann


 


COLUNA CARLOS BRICKMANN

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Foi pura coincidência: embora o apagão do Facebook (e de suas outras marcas, Instagram e WhatsApp) tenha custado US$ 6 bilhões do valor de mercado das empresas, esse prejuízo é tolerável para firmas tão lucrativas. O problema é a iniciava da Federal Trade Comission, Comissão Federal de Mercado, de pedir que o Facebook venda o WhatsApp e o Instagram, por questões de monopólio. O maior acionista do Facebook, Mark Zuckerberg, garantiu que não monopoliza o setor de redes sociais. Mas a lei americana pode ser severa: desde 1890 está em vigor o Sherman Act, cujo objetivo é lutar pela livre concorrência e contra monopólios. De acordo com a lei, a Suprema Corte americana determinou que a Standard Oil Company, a maior empresa americana, controlada pelo maior milionário do país, John D. Rockefeller, vendesse (em 1911!) sua participação em uma série de empresas petrolíferas, mais outras que oferecessem vantagens competitivas a elas. No total, a Standard Jersey (no Brasil, Esso) teve de sair de outras 32 empresas. E os concorrentes que enfrentava eram do porte da Shell, Texaco, Atlantic.

As Big Techs de Zuckerberg enfrentam muito menos concorrência. Além disso, o sistema jurídico americano dá extrema importância à jurisprudência. Se a Standard-Jersey, com Rockefeller e tudo, pôde ser dividida, por que não o Facebook? Ali se determinou que a combinação de diversos negócios não pode impedir a livre concorrência. Quem é que consegue enfrentar o Face?

O novo mercado

Com a decisão, a Standard-Jersey foi dividida em 33 empresas diferentes. Hoje, passados 110 anos, a Standard-Jersey se chama Exxon e faz parte da Exxon-Mobil; a Standard-Nova York virou Mobil, e está na Exxon-Mobil. Standard-California é a Chevron; a Standard-Indiana virou Amoco, American Oil Company, e, com a Standard-Ohio, foram compradas pela BP, British Petroleum. A Ohio Oil hoje é Marathon; a Continental Oil se fundiu com a Philips na ConocoPhilips. A South Penn Oil, Pennzoil, agora faz parte da Shell. E a Chesebrough Manufacturing, que trabalhava com resíduos de petróleo, está na Unilever. John D. Rockefeller, excelente administrador, não perdeu nada: triplicou sua fortuna com a venda das ações de outras empresas.

Funcionou: a concorrência baixou o preço do petróleo para o consumidor.

O dono das informações

No caso atual, há uma questão extra a discutir: não é publicando fotos de pessoas deslumbradas por uma paisagem ou a beleza da comida bem montada na mesa que Face, Instagram e WhatsApp ganham dinheiro: faturam com as informações que seus clientes lhes oferecem, pelas quais não pagam, usadas para vender tendências de mercado a quem vende pesquisas.

Peguem, mas paguem

Um risco que correm é o de ter de pagar pela informação que os clientes nem sabem que lhes estão dando de graça, e que lhes garante as despesas e os lucros. Pense só: a cada vez que o caro leitor examina as ofertas de um site, recebe ofertas para, em vez de cadastrar-se de novo, e chatear-se passando informações desnecessárias (afinal, os cartões indicam que o cliente tem saldo para pagar a compra), entrem no sistema da loja via Facebook ou Google. E, faça ou não a compra, receberá durante semanas propostas de compra de produtos iguais ou similares àqueles que examinou. Se cada cliente receber pelas informações que oferece, haverá uma saudável repartição de renda entre quem dá a informação e quem a vende.

Ação conjunta

Big Tech são as empresas de Zuckerberg, mas é também o Google e ainda outras menos conhecidas. Reduzir o poder das Big Tech reduzirá ao mesmo tempo o perigo da Big Data, do processamento maciço de informação para acompanhar os movimentos e pensamentos de cada cidadão. Pode ajudar a evitar a piada da pizzaria: o sujeito liga e pede uma pizza marguerita com bordas recheadas. Mas o atendente da pizzaria diz que não pode: os remédios que o cliente está tomando indicam que precisa evitar gordura, e ele só pode vender-lhe coisas magrinhas, como pizza integral com cobertura de ricota e rúcula.

E, aliás, é só desta vez: o registro indica que o cliente está atrasado com a consulta médica e assim não poderá mais comprar pizza. Não adianta dizer que vai sair do país: o pizzaiolo sabe que seu passaporte está vencido.

Ler é um bom remédio

Aylê-Salassié Filgueiras Quintão, nosso colaborador no Chumbo Gordo (www.chumbogordo.com.br), lança um belo livro: Lanternas Flutuantes – habitando poeticamente o mundo. A edição é simultânea no Brasil (Albatroz) e Alemanha (Omni Scripta, de Saarbrucken).

Uma delícia: mostra como se absorve o modo de ser, de falar, das pessoas com quem convivemos, e que se distinguem por traços singulares e expressivos, fortes ou originais (ou ambos). Lanternas pode ser comprado no Rio, na Albatroz; em Brasília, na Livraria do Chiquinho, na UnB ou com o autor, em aylea@yahoo.com.br

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