Preocupado com a alta dos combustíveis? Pois virá alta maior, já que o petróleo tipo Brent, padrão dos americanos, oscilava em torno de US$ 120 o barril e, no momento em que o caro leitor estiver lendo esta coluna, talvez já esteja a US$ 130. Traduzindo: no início de 2022, já prevendo que haveria um forte aumento do petróleo, o tradicional grupo Goldman&Sachs estimava em dólar a uns US$ 100 o barril até o fim do ano. Aí veio a guerra, vieram as sanções, e hoje o mesmo grupo calcula uns US$ 180 o barril no fim do ano. Com 10% a mais ou a menos, não se surpreenda se chegar a US$ 200.Mas esta não deve ser sua maior preocupação. O trigo já subiu uns 50% desde o início da guerra, há umas duas semanas. Deve subir mais, pois tanto Rússia quanto Ucrânia estão entre os maiores produtores e exportadores do mundo. O Brasil consome pouco mais de 13 milhões de toneladas por ano, das quais entre cinco e sete milhões vêm do Exterior. Sobe o trigo, sobem pão, macarrão, alimentos básicos. A alta do petróleo faz com que o trigo suba mais, por causa do transporte. E, embora isso dependa de uma série de outros fatores, a alta (ou falta) de fertilizantes, que importamos da Rússia, Belarus e região, também joga para cima não só o preço do trigo, mas de toda a safra.Pouco? Quem comanda a economia é Bolsonaro. Que já disse que está louco para largar o bastão e se dedicar à pescaria. Os peixes visados sabemos quais são – esses do título. Pior é que largar o bastão é o que ele menos quer.Hora dos profissionaisNo meio da confusão da economia, e com problemas externos, seria a hora de juntar um grupo de grandes profissionais, talvez até formando um governo de união, para evitar que a economia descambe mais e para garantir a toda a população o essencial: três refeições por dia.Mas o superministro da Economia está mais preocupado em manter-se no cargo do que em exercê-lo. União nacional nem seria difícil: muitos que apoiaram Dilma e Lula hoje apoiam Bolsonaro, e se Lula ganhar se atiram de novo em seus braços. O problema é fazer a divisão – não do governo, mas dos frutos do governo.Caminhos a escolher - petróleoE há como trabalhar enfrentando e vencendo dificuldades. Petróleo, por exemplo: o Brasil produz boa parte do que consome, a custo bem mais baixo que o do óleo importado. Produz biodiesel vegetal, que é misturado ao diesel na proporção de 12% (e poderia elevar a mistura a 14%), produz etanol, e mistura 27% à gasolina. Há setores que defendem o uso de gás natural em caminhões, em vez do diesel. Garantir que a Petrobras não seja assaltada também é bom. Estatal ou privada, a Petrobras é um símbolo do Brasil. Não valeria a pena verificar se tudo na empresa funciona como deve?Caminhos a escolher – fertilizantesHá duas lendas sobre fertilizantes no Brasil: uma, de que não temos como produzi-los; outra, de que há matéria-prima, mas só em terras indígenas. São lendas. Sergipe tem potássio (a dona é a Vale) e poderia triplicar a produção, mas ninguém investe. Há potássio do Recôncavo Baiano ao Espírito Santo, mas não se pesquisa o potencial das jazidas. Há muito potássio na Amazônia, da confluência do rio Madeira com o Amazonas a até 400 km de distância.De fósforo, também essencial, temos uma dúzia de pontos de produção, que já respondem por metade do consumo nacional. É estudar como ampliar a produção. Isso dá trabalho, pede investimento. Botemos a culpa nos russos.Proposta de pazO Governo israelense propôs à Ucrânia que leve a sério a possibilidade de atender a algumas exigências russas para fazer a paz. Principais pontos: desistir de Donestk e Donbas, de maioria russa, que se converteriam em repúblicas independentes; declarar-se neutro; e comprometer-se a não aderir à OTAN.Se não aceitar as condições, disseram os israelenses, os russos irão até o fim, e a Ucrânia, cedo ou tarde, será destruída. Não se trata de um plano israelense de paz: dizem altos oficiais que apenas levam mensagens de um lado a outro do conflito. Israel tem boas relações com os EUA, seus aliados, e a Rússia, que garante o regime sírio, mas não se opõe às incursões dos caças israelenses contra alvos iranianos (que os russos também não querem por lá).Um rabino para todosO jornalista Jayme Brener lança na quinta-feira, 17, a biografia “Henry Sobel – o rabino do Brasil”, com novidades sobre a trajetória do rabino que enfrentou a ditadura militar e acelerou o diálogo inter-religioso no país. O lançamento acontece às 19h na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo. Mais informações em www.henrysobel.com.br .Li o livro e gostei. Fala de qualidades e defeitos, não trata o rabino como um ser perfeito – perfeito, só o Senhor. Humano, muito humano. Fã do rei David, homem também imperfeito, que escreveu salmos religiosos eróticos, unificou o povo judeu e mandou um general amigo para a morte certa, para ficar com sua esposa Betsabá. Um dos filhos do casal foi o rei Salomão.______________________________________________________________________________________________________ |
___________________________________________________ |
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário