segunda-feira, janeiro 31, 2022


 

OS TECIDOS DE NOSSAS REDOMAS

MARLI GONÇALVES

Como se proteger de tantas coisas ao mesmo tempo? Penso em redomas. Há muitos anos um grande cara, Fernando Portela, jornalista, escritor e grande conhecedor das coisas abstratas, me ensinou a imaginá-las me protegendo quando precisasse entrar em um lugar, digamos, mais esquisito...Nunca esqueci.

Normalmente quando pensamos em redomas, as pensamos de vidro, mas elas nesse caso em que as criamos podem ser de vários materiais, de um invisível material, tecido mágico, entre inúmeras tramas que nosso cérebro sabe e pode tecer, e a nossa imaginação fortalecer. São sobre essas redomas das quais falo. Que nos envolvam completamente nas situações que delas precisamos. Inclusive que nos protejam de nós mesmos, que sempre nos ameaçamos e podemos ser nossos próprios e piores algozes.

Há, claro, a redoma mais concreta. Me sinto mais protegida ultimamente de tudo isso - e bota tudo isso nisso, que a cada dia se ampliam mais e mais as ameaças – quando estou em casa, que imagino como a maior proteção que alguém pode ter, sua casa, seu canto, sua caverninha, seu buraquinho. Digo casa no sentido mais amplo e ilimitado, e que pode ser também as barracas improvisadas que protegem as famílias vivendo nas ruas; ou o colchão ou papelão encontrado nas caçambas, e até o cobertor nas costas do drogado que vagueia perdido no seu mundo cão. Todos deveriam ter direito a um telhado firme, um chão seguro, sem medo de como três porquinhos sendo atacados pelo lobo mau não terem para onde correr.

Mas como não podemos nos limitar, mesmo em tempos de distanciamento, temos de sair de nossos cantos, e a cada dia está mais difícil sair e não se aborrecer antes de retornar, tanto desequilíbrio. Nossa redoma seria como lembrar da Oração de São Jorge: “...Para que meus inimigos, tendo pés, não me alcancem; tendo mãos, não me peguem; tendo olhos, não me vejam. E nem em pensamentos eles possam me fazer mal. Armas de fogo o meu corpo não alcançarão; Facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar; Cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar...”

As redomas etéreas, as que imaginamos, são infinitas e ilimitadas. O legal é que você pode floreá-las. Em determinadas ocasiões, redomas tecidas em malhas de ferro ou aço, firmes, que possam rechaçar e repelir inclusive olhares malignos, olhos gordos ou falsos.

Em outras, peço aos céus e aos entes que me protegem que se unam e se fechem sobre mim, me cobrindo e ocultando.

Há as redomas misteriosas, podem ser de tule, com transparências e névoas que nos ocultem e mostrem até mais interessantes para os olhares externos que para ela se voltem, boas para procurar por aí paixões, amores, pessoas interessantes. Mais seguros poderíamos ir nos tornando, então, mais visíveis ao interesse externo. Ou, ao contrário, dali desaparecendo sem deixar rastros, depois das observações.

Verso sobre isso porque, assim como aprendi a tecer esses mantos, poderia ajudar a outros, que tentem esse mesmo tricô. E não será por falta de situações – medos, insegurança, loucura, ameaças - que todos poderão testar alguma eficácia delas no momento terrível em que estamos expostos a tantas poluições reais e espirituais que tanto mal seguidamente vêm nos trazendo.
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MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano - Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. Nas livrarias e online, pela Editora e pela Amazon.
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UMA CONFUSÃO DOS INFERNOS

COLUNA CARLOS BRICKMANN


Bóris Casoy, ótimo jornalista, em geral tem razão: frases como “é preciso passar o Brasil a limpo” e “Isto é uma vergonha” são incontestáveis, tão corretas que muitos homens públicos brasileiros dedicam a vida a fingir que não é com eles – e, claro, a lutar contra essa história de passar o Brasil a limpo. Por algum motivo, sentem-se muito mal com essa possibilidade.

Mas Bóris Casoy não é infalível. Comentando na CNN o desempenho do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante a pandemia, disse: "Ministro, o senhor tem um encontro marcado com Satanás. Não se esqueça disso. O senhor vai ter um diálogo longo, duro e penoso com Satanás devido às atitudes que o senhor tem tomado, inclusive de submissão, em vez de assessorar e esclarecer o presidente. O senhor obedece a desígnios políticos. Então, vai ser fogo, ministro."

Engano, Bóris: Sua Excelência está habituado a contatos com autoridades infernais, ao menos desde que se transformou no homem de confiança do presidente Bolzabu. Acredita na tradução do latim do nome de Lúcifer, “portador da luz”. Na sua tarefa de contribuir ao máximo para que a rapidez da vacinação seja mínima, tem a inestimável ajuda de hierarcas infernais, como Asnodeu, Capetão, Pazuzu (e dizem até que de outros demônios infiltrados na Terra, que se assemelham a seres humanos e só podem ser identificados por seu olhar diabólico).

Não, Bóris: Satanás não assusta o ministro. Ninguém se assusta ao encontrar companheiros de luta.

Quem não deve...

Bolsonaro não compareceu à Polícia Federal para prestar depoimento no inquérito que apura o vazamento, numa de suas aparições, de dados sigilosos sobre adversários. Havia uma ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF, para que prestasse depoimento. E daí? Não se sabe: as interpretações variam. Meu palpite é de que as coisas vão ficar como estão, para evitar a crise. Há quem diga que desobedecer à ordem do STF é crime e seria o caso de conduzi-lo à força. E há quem diga, também, que como é investigado e não testemunha, Bolsonaro não é obrigado a depor. Depor como investigado faz parte da defesa, e ele poderia, portanto, preferir não falar.

Mas, como este é o país dos não-fatos (o blogueiro Allan dos Santos, por exemplo, está com prisão decretada e não aconteceu nada), é provável que tudo fique como está.

...não Temer

O ex-presidente Michel Temer, que redigiu a carta de desculpas assinada por Bolsonaro para pedir desculpas ao ministro Alexandre de Moraes (logo após o 7 de Setembro, quando o presidente ameaçou fazer e acontecer mas se aquietou em seguida), disse que sua tarefa já foi cumprida e que não tem nada a ver com os atuais problemas entre STF e Presidência.

Temer, no 7 de Setembro, esfriou uma crise. Mas não vai passar toda a sua vida escrevendo pedidos de desculpas para quem não consegue se comportar civilizadamente.

Anulou, e daí?

Bolsonaro anulou 25 decretos de luto oficial, cassando gente como o ex-ministro Roberto Campos (avô de seu diretor do Banco Central, Roberto Campos Neto), D. Hélder Câmara e Darcy Ribeiro. E daí? Daí, nada: os decretos foram cumpridos por ocasião das mortes e seus efeitos práticos já foram cumpridos. Por que a cassação? Com certeza, vontade de aparecer.

Moro, problema um

Se vai dar certo é outro problema. Mas tanto o Podemos quanto Sergio Moro acreditavam que, tão logo houvesse o lançamento de sua candidatura, o ex-ministro da Justiça de Bolsonaro apareceria bem nas pesquisas. Não foi bem assim; e agora, levanta-se a possibilidade de Moro passar para a União Brasil, novo partido que deverá unir o PSL ao DEM. Está difícil, porém: o PSL tem uma grande verba para gastar, graças às bancadas eleitas na campanha de Bolsonaro em 2018, mas quem tem estrutura nacional é o DEM. O pessoal do DEM acha que embarcar na candidatura Moro só é bom para o cacique do PSL, Luciano Bivar, que quer se candidatar a vice.

Moro, problema dois

Mas, mesmo que o cacique do PFL fosse o mais beneficiado com Moro na cabeça de chapa, o DEM não teria vantagens com um candidato forte? Sim, mas poucos no DEM acreditam na força de Moro. De acordo com suas pesquisas, o principal tema eleitoral será a economia: fome e desemprego.

A corrupção, tema principal de Moro, estará em segundo plano. Importante, agora, é saber que os aluguéis com aniversário em fevereiro podem ser reajustados em 16,91%, acompanhando o IGPM. Quem teve 16,91% de aumento salarial no último ano? Pois é esta a preocupação do eleitor.

Voa, dinheiro!

Apenas para ilustrar o custo desta campanha eleitoral, paga com o nosso dinheiro: o valor do Fundo Eleitoral, de R$ 4,9 bilhões, equivale a pouco mais de sete vezes o que o Governo Federal gastou com a Anvisa em 2021, com pandemia e tudo. A Anvisa recebeu R$ R$ 663,5 milhões.

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domingo, janeiro 23, 2022

Nexus encerra Campanha 2021 com entrega de prêmios



 


Ação unicamente explêndida!

O Nexus encerra sua campanha 2021 em 31 de janeiro de 2022 com entrega de vários prêmios e para fechar com chave de ouro oferece uma ação relâmpago, o resgate de uma experiência Rio.

Os arquitetos terão dois dias de visita à cidade maravilhosa com direito à participação na Casa Cor Rio que acontece no charmoso casarão Brando Barbosa, almoço, noite carioca e visita cultural. 

O APP Nexus é um aplicativo onde os arquitetos se cadastram e participam pontuando nas lojas do grupo e assim, resgatando sua pontuação em prêmios. A campanha Junte e Troque 2022 promete muitas novidades.

Mais informações sobre o Grupo Nexus através do site www.nexusoficial.com.br e redes sociais @nexusoficial.


Todo Bolsominion tem razão por Carlos Brickmann


 

TODO BOLSOMINION TEM RAZÃO

COLUNA CARLOS BRICKMANN

EDIÇÃO DOS JORNAIS DE DOMINGO, 23 DE JANEIRO DE 2022

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A Primeira Lei da Política é a sobrevivência. Candidatos a qualquer posto adoram estar num partido forte (daqueles cujo apoio vale cargos), onde haja acesso a quem manda chover na sua horta, em que todos ajudem sua eleição. Nem é preciso gastar dinheiro com pesquisas: um partido com chances e bom dinheiro atrai políticos. O contrário também vale: o partido até pode parecer forte, mas se o pessoal quer sair é porque há algum buraco no casco. Rato é ótimo para perceber que esses furos existem. Percebe e cai fora.

Que é que dizem as pesquisas sobre a eventual reeleição de Bolsonaro? A menos que o caro leitor seja especialista em campanhas, não perca tempo. A ministra Damares quer o cargo ambicionado por Janaína Pascoal. Bolsonaro quer Tarcísio disputando o Governo paulista (o que ele fará assim que souber onde fica São Paulo), mas o ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, quer também disputar o cargo.

Weintraub&Irmão já brigaram com Carluxo e com Eduardo Bolsonaro, até há pouco seus ídolos. Olavo de Carvalho fala mal de Bolsonaro (e, suprema grosseria, mandou-o enfiar uma condecoração justo na porta de entrada do Aristides). Allan dos Santos, foragido nos EUA, esteve com Fábio Farias, ministro da Comunicação, e em seguida ambos se dedicaram a trocar insultos. Weintraub&Irmão desceram a lenha no Centrão, logo depois de Bolsonaro lembrar que é Centrão desde que começou a fazer política. Mas Justiça seja feita: nenhum está mentindo.

Todos eles têm razão.

Rachou mas não foi ele

Bolsonaro briga com facilidade com seus amigos, mas alguns mantêm a amizade há muitos e muitos anos. Waldir “Jacaré” Ferraz, por exemplo, não apenas é amigo de Bolsonaro como de seus filhos, os zeros à esquerda. Que é que diz Jacaré? Que o esquema da rachadinha existia, sim, nos gabinetes parlamentares de Bolsonaro, de Flávio e de Carlos.

Mas o esquema não era deles, que aliás nem sabiam do que se passava, nem notavam o dinheiro extra na conta: o esquema, segundo Jacaré, era montado por Ana Cristina Valle, ex-mulher de Bolsonaro. Mas, a seu ver, Bolsonaro pode ser preso por causa disso: “Quem assinava era ele. Ele vai dizer que não sabe? É batom na cueca. Como é que você vai explicar? Ele está administrando. Não tem muito o que fazer (…) Acho que ele vai ter problema se não for reeleito. Vai tudo cair, vai perder o foro privilegiado e tal”. Mais? “Ele, quando soube, ficou desesperado, era uma fria. O cara foi traído. Ela que começou tudo. Bolsonaro nunca esteve ligado em nada dessas coisas. O cara não tinha visão do que estava acontecendo por trás no gabinete”. O apartamento nem era dele, era de um amigo (opa!!! Esqueça essa frase, é de outro caso estranho).

Escreveu, não leu

Eduardo Bananinha, filho 03 de Bolsonaro, disse que Jacaré não tinha dito nada. A revista Veja, que fez a entrevista, colocou as gravações no ar. Ana Cristina dá sua versão: “Não sou mentora da rachadinha. Ele (Bolsonaro) me chamava de sargentona, mas quem mandava no gabinete era ele. Quem assina as nomeações e exonerações é o parlamentar. Não faz sentido assinar sem ler porque todos eles são bem instruídos”.

Desmarrecando...

Quando decidiu se candidatar, Sergio Moro tomou algumas providências: escolheu um partido que lhe conviesse, acusou Bolsonaro e Lula de quererem o poder pelo poder, já que não têm projeto de país, e procurou dar um jeito naquela voz estridente, que o levou a ganhar o ótimo apelido de Marreco de Maringá. O partido talvez dure pouco: o Podemos é pequeno, com pouca verba de campanha. Moro negocia com um novo partido, o União Brasil, fusão do DEM com o PSL, que tem muito dinheiro e, flexível, se adapta bem a cada Estado (Luciano Bivar, cacique do União Brasil, quer ser seu vice).

...e se adaptando

Projeto de país, Moro também não tem: parece que é a favor do que é bom e contra o que é ruim. Quer pagar mais aos professores, melhorar a Educação, reforçar a segurança – tudo o que todos querem, mas como fazer? Em compensação, a voz parece estar melhorando. Já é possível escutá-lo sem dor nos ouvidos. Mas é pouco para quem imaginava chegar chegando, como candidato para ganhar. Quer mudar de partido porque no atual não se vê decolando. E acredita (é novo no ramo) que trocar de partido lhe dará força.

Número quente

Dos jornais: “Salário médio pago por estatais sob controle da União chega a R$ 34,1 mil”. Lembra do Imposto Ipiranga, que prometia não só reduzir drasticamente o número de estatais sob controle da União como, no primeiro ano, arrecadar R$ 1 trilhão com privatizações? E esqueçam a pandemia: no primeiro ano do Governo Bolsonaro ninguém tinha ouvido falar de Covid.

Elza, para sempre

Frase do colunista Ruy Castro resume com perfeição a vida artística de Elza Soares: “Cantava como uma deusa, dançava como um demônio”.

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O Brasil tá lascado e tá vendo : Por Marli Gonçalves




 

O Brasil está seriamente acometido de um certo e perigoso tipo de loucura coletiva. Não é de hoje, mas o caso se agravou muito com a pandemia que claramente abalou e balançou a cabeça de todo mundo. Claro, além de ter abalado os bolsos e de estarmos já bastante prejudicados com um insano e seus insaninhos no governo

Vamos lá. Alguém pelo amor de Deus pode dizer como é que estão se preocupando tanto com Carnaval no momento que temos tido muito mais de 150 mil contaminações por dia? Quando o número de mortes por Covid volta a crescer de forma exponencial, e já perdemos nesses tempos mais de 620 mil habitantes com essa praga? Isso os tais números conhecidos, e que a cada dia se provam mais e mais subnotificados.

Quando temos, ainda por cima, surtos de uma gripe nova, perigosa, forte, ainda sem vacina para o combate direto, derrubando as pessoas, lotando ainda mais os centros de Saúde. Tanta gente doente ao mesmo tempo que a economia se abala mais, não por lockdown, coisa que parece tão cedo ninguém mais vai ter coragem de decretar, mas porque o afastamento pelas doenças cria lacunas em todas as áreas, impossibilitando atendimentos normais? Caos no comércio, nos transportes, na produção industrial.

Pois bem, essa semana, parece programa de humor, saiu um tal protocolo para os desfiles das escolas de samba, uma vez que se fez a luz e os carnavais nas ruas foram proibidos antes, pelo menos nas principais cidades, decisão que pareceu aprovada até pelos seus próprios organizadores.

Não ria, presta atenção: a ordem será que todos os componentes das escolas usem máscaras o tempo todo; dizem que a concentração e a dispersão será fiscalizada para evitar aglomerações; que o quesito “harmonia”, que julga o canto, não existirá (portanto, já não será o menu completo). Tem mais: o número de integrantes das escolas deverá ser reduzido, o que parece ser o item mais fácil dada a velocidade de contaminação que vem derrubando tanta gente, “sambista” ou não. Os espectadores também serão reduzidos e obrigados a apresentar o atestado de vacinação, esse mesmo que estamos vendo sendo vendidos aos borbotões à luz do dia, falsificados, por cambistas de saúde.

Então, tá. Claro. Vai ficar todo mundo de máscara. Igual ficaram nos jogos de futebol que vimos quando os estádios foram liberados, não é mesmo? Igual estão andando nas ruas.

O país está doente. Da cabeça. Do pé. Da razão. Vivemos algum tipo de realidade paralela? Claro que entendendo o quanto o Carnaval movimenta, turismo, trabalho, o desfile das escolas de samba é um espetáculo, enorme, mas nem melhores ou piores do que outros que vêm sendo cancelados – ou melhor, adiados - por organizadores conscientes, shows, teatros, ou grandes eventos.

Com estas condições, de qualquer forma, Carnaval não será, convenhamos. Como espetáculo organizado, já que consideram tão importante, pode muito bem ser apresentado em outra data, tanto aqui como no Rio de Janeiro. Ninguém vai morrer, se me permitem a troça, com essa mudança. Ou não?

A vacinação infantil tão atrasada. A volta presencial às aulas já agora no começo do próximo mês, em busca de tentar ao menos estancar a arrasada área da Educação, essa que anúncios milionários nas tevês tentam fantasiar. A miséria e a fome grassando nas ruas. Os recursos nacionais indo pro brejo ou pela ação de criminosos acobertados ou por condições climáticas radicais que já se mostram bem reais. Inflação comendo nossos tornozelos.

Mais: ano eleitoral, farra eleitoral, estranhos caminhos políticos sendo traçados, todo dia, nas nossas fuças. Esse reality é Brasil. Os confinados somos nós, e sem prêmios no final, mesmo passando por tantas provas. O Brasil tá mesmo lascado. O mundo tá vendo. Acabaremos todos cancelados.
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MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano - Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. Nas livrarias e online, pela Editora e pela Amazon.
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quarta-feira, janeiro 12, 2022

Venha fazer sua festa com os Salgados Multisabor





 

Não tem quem não goste daquele momento da festa para experimentar os deliciosos salgadinhos e docinhos e deixar todos os convidados com água na boca.

Os Salgados da Multisabor possui uma variedade enorme de salgadinhos, docinhos, bolos para todos os tipos de eventos.

Vale a pena experimentar os salgados assados e fritos que chegam quentinho ao local desejado. São empadinhas nos sabores de frango e palmito, esfirras de carne, trouxinhas de brócolis, tomate seco e Alho poró com ricota. 

Assim como os enroladinhos de calabresa e salsicha, além dos deliciosos quiches de brócolis e bacon, e queijo.

Já os fritos você encontra as tradicionais coxinhas de frango, kibes, bolinhas de queijo,croquetes de carne, risoles de carne ,bolinha de pizza , e os saborosos bolinhos caipiras.

Já os doces, além dos bolos tradicionais recheados você encontra também os bolos de potes em vários sabores e dos docinhos delicados e muito bem servidos.

Faça sua encomenda pelos telefones (12) 3302-3323 e whatssap (12) 98118- 2307

A loja do Salgados Multisabor está localizada na Av. Cidade Jardim, 4823, no Bosque dos Eucaliptos, região Sul de São José dos Campos

Acesse também o site:www.salgadosmultisabor.com  .

Double You se apresenta em São José dos Campos


 

Essa vai para os amantes do dance music!

No sábado, 21 de janeiro, o grupo Double You, o mais renomado grupo de eurodance do mundo, desembarca em São José dos Campos para um show para lá de especial no Palácio Sunset à partir das 22h00.

No repertório, grandes sucessos como “Lookin at my girl”e“Run To Me”! Liderada pelo britânico William Naraine, o grupo surgiu em 1985 e em 1991 tornaram-se mundialmente conhecidos com a regravação da música "Please Don't Go" (de KC and the Sunshine Band). Chegaram a vender mais de 10 milhões de discos em todo o mundo.

Os ingressos já estão sendo vendidos a partir de R$30,00 pista até R$ 900,00 no camarote para 10 pessoas.

Vendas online pelo site: www.ntkingressos.com.br

Pontos de Venda:

Boteco 80 - Vila Ema e Jd. Satélite;

Euro Colchões - CenterVale Shopping;

Quintal da Cerveja - R. Francisco Rafael, 267 -Centro.

@dvulga.

segunda-feira, janeiro 10, 2022

Histórias que vi e ouvi, com Carlos Brickamann


 


Anteontem, dia 3 de janeiro, completei meus primeiros 58 anos de jornalismo, iniciados na Folha de S.Paulo. Ainda estava no curso colegial e tinha muita sorte, que me levou a conviver e aprender com Woile Guimarães, Rolf Kuntz, Renato Pompeu, Murilo Felisberto, Ewaldo Dantas Ferreira, Nahum Sirotsky, Alberto Dines, Isaac Jardanovsky, Gabriel Manzano Filho, Bóris Casoy, Jorge de Miranda Jordão – e ainda me tratavam como colega!

Sorte faz parte do jogo. No dia em que os sequestradores devolveriam o embaixador americano, no Rio, eu estava escalado para ficar no portão. Chatíssimo: o carro entraria em alta velocidade, mergulharia numa garagem subterrânea e, longíssimo, apareceria uma figura na janela, acenando. Chega então o Fernando Bê – hoje o festejado biógrafo Fernando Morais. Dois do mesmo jornal no mesmo lugar? Não: fui para um endereço onde diziam ter achado uma Kombi cheia de armas. Cheguei instantes antes da repressão. Um grupo achava que eu era do outro e eu achava que o noticiário estava liberado, pois respondiam a tudo o que eu perguntava. Quando descobriram, me tomaram as anotações e me mandaram embora, proibindo que escrevesse.

A ditadura ainda não tinha mostrado todos os dentes. Ruy Mesquita, do JT, disse para mudar de hotel naquela noite e escrever. O jornal publicou sozinho, a Polícia foi me buscar no hotel, eu não estava. Esqueceram-me. E, tempos depois, um notável legista me deu provas de assassínio por tortura.

No lugar certo

O corajoso legista Rubens Pedro Macuco Janini fez o atestado de óbito correto de Chael Charles Schreier, meu primo. Decifrando o atestado de óbito, ficou claro que tinha sido morto por tortura. O Estadão deu editorial, Veja entrou firme, a imprensa do Primeiro Mundo recebeu a documentação. Sorte? Um grande jornalista da Associated Press, Joseph Novitsky, sabia que era tudo verdade. Espalhou a notícia e os documentos pelos clientes da AP. Sorte – mas há anos, no JT, trocávamos boas informações com ele.

Assistindo a tudo

Como costumava dizer o proprietário da Folha, Octavio Frias de Oliveira, a vantagem de ser idoso é ter visto tudo acontecer e o contrário também. Vi Sarney, presidente da Arena, o partido pró-ditadura, virar vice de Tancredo, o candidato de oposição. Vi Renan, inimigo de Sarney, virar seu aliado (e de Lula também). Vi Bolsonaro elogiando o ditador venezuelano Hugo Chávez, votando em Lula e dizendo que todo milico tem algo de comunista. Vi que os elogios de Bolsonaro aos torturadores não impediram inimigos da tortura de votar nos candidatos que o presidente indicou para controlar o Congresso.

Alckmin vice de Lula? Coisa comum: tempos idos e vividos.

Feliz 2022

Tirando o último algarismo do ano, que é que vai mudar? Continuamos com 35 partidos, todos muito bem mantidos por nosso dinheiro. Há duas greves em formação no serviço público: uma no Banco Central, outra na Receita – nos dois casos, tudo se inicia com a renúncia de quem ocupa cargos de chefia e a recusa dos subordinados de substituí-los.

A insatisfação tem a mesma raiz tanto na Receita quanto no Banco Central: a ordem de Bolsonaro de reservar uma graninha para dar aumento aos policiais militares. Bolsonaro, a partir do momento em que assumiu, deixou clara sua opção pelos policiais e pelos militares entre todos os demais servidores públicos.

Pague mais

No meio do ano, começa a campanha bilionária com dinheiro público, com mais um incômodo: os anúncios gratuitos na TV e rádio – gratuitos para partidos e candidatos, cobrados pelas emissoras (tabela cheia, sem desconto) e pagos por nós. Mais o escandaloso orçamento secreto, que dá a partidos, senadores, deputados federais e estaduais, R$ 16,5 bilhões para gastar como quiserem em suas bases eleitorais e tendo, portanto, privilégios na luta pela reeleição. Os Estados nordestinos atingidos pelas enchentes não chegarão nem a 10% disso, somados todos os auxílios que talvez recebam.

Tá faltando um

Para completar o quadro, imagine uma eventual greve de caminhoneiros. As ameaças até agora ficaram em palavras. Mas o diesel está caro, as chuvas pioraram as estradas, a mercadoria a ser transportada é pouca. Um perigo.

E vão faltar onze

O que deve mudar em 2022 é o corpo de ministros: Teresa Cristina, da Agricultura, a mais destacada, quer se candidatar ao Senado pelo Mato Grosso do Sul (parada dura, apesar de seu prestígio e da boa gestão: Simone Tebet, do MDB, se não sair candidata à Presidência pode disputar com ela). Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura, que embora tenha sido alto funcionário de Dilma tem prestígio com Bolsonaro, pode tentar o Governo paulista, com Janaína Pascoal, deputada estadual mais votada do país, tentando o Senado; João Roma, a quem o presidente delegou o enfrentamento da crise baiana, sai numa jogada de risco, contra ACM Neto, de um lado, e o PT, de outro.

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