segunda-feira, março 28, 2022

O lado errado do certo, por Carlos Brickmann


 

O LADO ERRADO DO CERTO


A guerra já passa de um mês, os dois lados comemoram as mortes que impõem ao inimigo, a destruição sem sentido prossegue, aumenta os preços no mundo inteiro, reduz a produção agrícola, leva à fome populações que nada têm com a luta. A propósito: por que a guerra entre Rússia e Ucrânia?

Lembremos que Vladimir Putin foi criado como agente secreto, com treino e licença para matar. Mata há muito tempo, e agora em larga escala. Não precisaria demonstrar sua barbárie: pode ter saído do serviço secreto, mas o serviço secreto não saiu dele. E o Ocidente lhe ofertou as desculpas.

O fim da União Soviética, com Mikhail Gorbatchev, poderia ter levado à cooperação econômica. Prometeu-se à Rússia que a OTAN, o tratado militar ocidental, ficaria onde estava (mas a OTAN se expandiu, assustando Putin). Dois dos maiores especialistas dos EUA se manifestaram contra a expansão da OTAN: Henry Kissinger e George F. Kennan (este o ideólogo da doutrina de contenção do comunismo, na Guerra Fria). A OTAN trouxe de sua criação em 1949 um lema claro: “Manter os americanos dentro da Europa, os russos fora e os alemães em baixo”. Com o tempo, a Alemanha se tornou membro importante da OTAN, mas os russos foram mantidos fora. E por que a OTAN se expandiu? Porque outros países quiseram se sentir seguros: houve 14 que entraram, fora Bósnia-Herzegovina, Georgia e Ucrânia, que estão na fila.

A propósito, na dissolução da URSS, a Ucrânia entregou aos russos suas armas atômicas, com garantia de paz. Em troca, enfrenta 190 mil invasores.

Prevendo o passado

E se as opiniões de Kennan e Kissinger tivessem sido levadas em conta? Talvez nada fosse diferente: Putin já disse que a dissolução da URSS foi uma das maiores tragédias da História. Ele não tem nada de comunista: seu sonho é a volta do império que existia antes dos comunistas, tendo vizinhos bem obedientes. Isso consta nos textos de seu guru Aleksandr Durgin, uma espécie de Olavo de Carvalho que fala menos palavrões. Putin já invadiu a Georgia e a Ucrânia. Que faria com a pequena Letônia, que fechou seus portos, se os letões não tivessem entrado na OTAN? Olhando para trás, é fácil ver que as promessas não foram cumpridas. Se fossem, seria tudo igual.

Visão curta

Enquanto os líderes fazem besteiras que levam gente à morte, liderados se esmeram nas bobagens. Um restaurante se recusa a servir estrogonofe, os maestros russos Valery Gergiev e Pavel Sorokin ficam fora da programação em Paris e Londres. Imagine se os EUA, em guerra com Alemanha e Itália, tivessem afastado de suas universidades o professor alemão Albert Einstein e o físico italiano Enrico Fermi? Mas essas bobagens têm precedente: 1964, no Brasil, logo após a tomada de poder pelos militares. O Ballet Bolshoi não pôde se apresentar, nem a Seleção soviética. Parece que era tudo comunista!

Lendo pesquisas

Lula continua favorito, com 43% das intenções de voto, seguido por Jair Bolsonaro, com 26%. Os bolsonaristas ficaram eufóricos com o resultado do Datafolha, porque não indica vitória de Lula no primeiro turno. O resultado ainda pode mudar: em 1989, Collor estava disparado na frente, seguido por Lula e Brizola, praticamente empatados (Lula venceu Brizola e foi para o segundo turno, onde perdeu para Collor). Mas tudo poderia ter mudado: no meio da campanha, Sílvio Santos lançou sua candidatura, e em dois dias já estava disputando o primeiro lugar. Se não dessem um jeito de vetá-lo, Sílvio tinha boas probabilidades de ganhar. O problema é que, hoje, quem seria o Sílvio Santos?

Nenhum dos candidatos da “terceira via” alcançou a casa dos 10%. Todos, somados, não chegam à magra marca de Bolsonaro.

Belo futuro por trás

A situação do Brasil é complexa: o que há de opções é tão fraquinho que Bolsonaro quer que Damares seja candidata à Câmara, mas não sabe por qual Estado; e quer porque quer lançar seu ministro Tarcísio (sim, o que era autoridade na presidência de Dilma) para o Governo paulista. Lançou a confusão na cabeça do ministro: ele já cansou de circular pela Rodovia dos Bandeirantes e ainda não descobriu onde fica o tal Palácio dos Bandeirantes.

A coisa está tão pra trás que a grande novidade das eleições é o Alckmin.

Tico x Teco

De um lado, um cavalheiro inocente, acossado por denúncias de pessoas que confessaram crimes que certamente não cometeram, devolveram um dinheirão que não tinham roubado e até cumpriram pena, tudo pelo simples prazer de mentir. De outro lado, um cavalheiro que dedicou sua carreira à formação de famiglia, investigado (a contragosto) por manter fantasmas em sua folha de pagamento, para pegar a maior parte dos salários; criticadíssimo por enfiar a mão em rachadinhas; deixou pra lá o pessoal da propina na vacina, acha que não tem problema liberar pastores amigos para distribuir verbas na Educação. Este combate tanto a corrupção que até infiltrou gente sua entre os milicianos, certamente para apurar melhor o modus operandi.

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Unha encravada e a maldita de 64 com Marli Gonçalves


 


Duvido que a esta altura da vida você não tenha tido ao menos uma vez uma unha encravada terrível para entender a dificuldade de sumir com ela, a dor em cada passo, aquilo ali, pontinha, latejando, e sempre tentando retornar. O Brasil está com unha encravada. Há décadas.

Vai latejar e doer muito mais essa semana, quando novamente certamente aparecerão os que tecerão odes à maldita, ao golpe de 1964, que ainda hoje se manifesta e se arrasta entre nós como uma praga, uma erva daninha, essa unha encravada que ameaça o nosso sossego e a democracia. Uma doença mal curada. Vamos ouvir aqui e ali os ecos de Ordem do Dia, alguma bobagem que será lida nos comandos militares onde o golpe maldito é chamado de revolução, e a ditadura, de redentora. Por aí vai.

Em ano eleitoral, unha encravada foi a melhor comparação que achei para descrever o inferno e a distopia que há anos e anos temos enfrentado – parece castigo – cantilena que se repete dia a dia com as revelações, as falas, os conchavos de corruptos para lá e para cá, o uso desmedido da religião e da fé, sem que apareçam novas - eu disse novas - lideranças capazes de realmente promoverem mudanças importantes. Uma mão habilidosa com um alicate afiado que enfim nos livre dessa pontinha que tortura nossos passos no país tão rico e mal aproveitado que não alcança seu futuro.

Só aparece traste ou arremedo de traste, e quem tem acompanhado a recente e chatíssima inundação de propagandas de partidos na tevê vai me dar razão. Mulheres pregando a importância da participação feminina, legal! Mas logo depois, ao final, elas surgem juntas apoiando a candidatura de (mais uma vez) um homem, o bendito fruto entre as mulheres. Tem uns dois ou três anúncios desses, fora os dos partidos conservadores e mais à direita onde mulheres nos fazem corar de raiva quando pregam justamente o contrário das conquistas suadas que conseguimos, gritando moral ultrapassada, limites de ações libertárias, negando o direito das mulheres sobre o seu corpo e decisões. Aliás, muitas até já eleitas, mas das quais só ouvimos falar ou nesses momentos ou quando votam camboneadas pelos donos de seus partidos (uns homens muito esquisitos). Poucas são, infelizmente, as que nos orgulham.

É de doer.

Não é nem mais do mesmo. É muito menos do mesmo, o que recebemos. Nesses últimos dias a única coisa que deu gosto foi ver alguns artistas, “influencers” e celebridades se movimentando em prol da campanha para que os maiores de 16 anos tirem o título de eleitor, entendam que mudanças são feitas na vida real, não em redes sociais. Tentando espanar a apatia e o domínio dessa polaridade tão pouco criativa e limitadora que assistimos há tempos. Que já causou na última eleição a ascensão de um ser sabidamente despreparado e que, além de não admitir isso, carregou para dentro do poder sua família desequilibrada e cercando-se apenas de iguais, nos envergonhando inclusive diante do mundo. Um triste manancial de retrocessos, um poço de aleivosias. O país, aconteça o que acontecer, demorará muito para se recuperar. Dele. Da terra arrasada. Dos fantasmas antigos libertados que se sentem à vontade para atingir, mentir, enfrentar com violência os que a eles se opõem.

É preciso parar de votar anti isso ou anti aquilo; há muito não se vota mais a favor de alguém, mas contra outro alguém. Foi-se embora a mínima convicção política, a ideologia e o conhecimento, o posicionamento no arco democrático. Entrou, e perigosamente, a adoração, e por mitos de pés de barro, tão fortemente demonstrados em suas próprias trajetórias e tropeços.

Continuaremos nós com pedras nos sapatos, calos nas mãos de tanto trabalho para conquistar algo que sempre nos escapa, e ainda tentando fugir da pandemia que, embora continue matando centenas diariamente, contaminando milhares, tentam matar a pauladas e decretos, e que já-já vai é para os rodapés dos noticiários, atropelada pelas pesquisas eleitorais que demonstram exatamente o tamanho da unha encravada à qual me refiro como metáfora.

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marli newMARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano - Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. (Na Editora e na Amazon). marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

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domingo, março 27, 2022

Diego Gianni lança a obra literária A arte de colorir o Vazio





 

Novidades à vista!!!

O roteirista e escritor Diego Gianni está lançando o livro infantil " A Arte de Colorir o Vazio", pela editora Viseu.

O lúdico universo de “Violeta” foi inspirado na infância da esposa do autor, que consiste no relato delicado do tempo sobre o encontro com o afeto. 

De acordo com o escritor , a obra foi escrita há quatro anos como um presente de escuta ao seu amor, e agora foi adaptada para que pudesse alcançar outras crianças e adultos.

O livro traz uma narração em versos livres,e remete a algumas memórias a respeito das vivências, embaraços e inseguranças da infância. 

Segundo Gianni, a obra consiste em um livro sem “vilões” ou lições de moralismo, que simplesmente narram a história de uma menina que conversa com as cores enquanto tenta compreender o mundo. E o mundo não é pintado como um lugar bonito onde cada criatura está destinada a ser feliz para sempre, tampouco desprovido de momentos felizes… O mundo é o que é. 

O modo como o escritor encontrou de escrever partes desse relato (tão distante de sua realidade) foi fazer do “Tempo” o narrador da história, sendo o Tempo um ser intangível que não tem a função de julgar ou compreender o que acontece no mundo. 

O livro é dirigido para crianças, pois o mundo será um quadro mais bonito quando as pessoas compreenderem que a vida é feita de muitas cores. E é também para os adultos, pela mesma razão.

Diego Gianni nasceu em 1982, em São Paulo.

É formado em jornalismo, mas prefere o mundo da ficção que a realidade. É autor de crônicas, peças teatrais e roteiros de cinema. No ano de 2020, foi premiado no concurso “Outras Palavras” da Secretaria Estadual de Cultura (SEEC), com uma coletânea de crônicas.


Além deste lançamento literário, o escritor Diego Gianni que também é roteirista também assinará ainda este ano, um curta metragem  chamado ADAM, que conta a história que se passa em um orfanato de “crianças imaginárias”.

O livro A arte de colorir o Vazio já pode ser adquirido através dos sites www. editoraviseu.com.br,  @amazonbrasil, @canalshoptime, @submarino, @magazineluiza e @americanas.

´Nós do portal Celebridades In Foco desejamos ao competentíssimo escritor, roteirista e amigo, sucesso neste novo trabalho literário e desejar que sua estrela brilhe ainda mais pelos belíssimos trabalhos já realizados que acompanhamos ao longo de mais de uma década, e que nosso portal está de portas abertas para aqueles que acreditam na arte, no criar e amar aquilo que faz de uma forma tão sensível e primordial como você Diego Gianni faz!

  




sábado, março 26, 2022

Banda Balanco se apresenta no Sesi São José neste sábado




 Neste sábado,à partir das 20h, o Teatro do Sesi São José dos Campos recebe a Banda Balaco com um show especial em homenagem aos Reis do Groove Nacional, Tim Maia e Jorge Ben.

A entrada é gratuita com ingressos reservados pelo Meu SESI, https://www.sesisp.org.br/eventos.

Durante o show, o público poderá relembrar o violão revolucionário do jovem Jorge Bem, de 1963, e o soul cantado em português por Tim Maia na passagem dos anos 60 para os anos 70, que renovaram a música brasileira da época e continuaram a influenciar gerações de artistas até os dias de hoje em todo o mundo.

 A Banda Balaco, que em 2022 completa 22 anos de estrada, é da cidade de Ribeirão Preto e é considerada um dos principais grupos de swing, samba-rock e gafieira do interior do estado de São Paulo.

Com oito integrantes, a grupo tem como característica a forte e marcante presença dos metais, e o balanço suingado da cozinha brasileira muito bem temperada composta de contrabaixo, bateria, guitarra, teclado e percussão.

 De acordo com a assessoria de imprensa do Sesi, a programação cultural será realizada seguindo todos os protocolos de segurança. 

A entrada do público está condicionada à apresentação de comprovante vacinal contra Covid-19 para maiores de 12 anos e medição de temperatura, bem como uso de máscara de proteção cobrindo nariz e boca durante todo o evento. Também haverá dispensers com álcool em todo o interior do prédio e o acesso à plateia liberado com 60 minutos de antecedência buscando evitar aglomeração.

 Para mais informações ou esclarecimento de dúvidas, entre em contato com o Teatro do Sesi através do telefone (12) 3919-2058.

 

O Sesi está localizada na Av. Cidade Jardim, 4.389 - Bosque dos Eucaliptos

Classificação indicativa: livre (recomendado a partir dos 05 anos)


Entrada gratuita. Ingressos limitados a 380 pessoas por sessão, respeitando os protocolos sanitários de segurança. As visitas reservadas pelo sistema Meu Sesi https://www.sesisp.org.br/eventos terão prioridade no atendimento.

 

domingo, março 13, 2022

Traíra, Truta. E querem robalo, com Carlos Brickmann


 

TRAÍRA, TRUTA. E QUEREM ROBALO

COLUNA CARLOS BRICKMANN

EDIÇÃO DOS JORNAIS DE DOMINGO, 13 DE MARÇO DE 2022

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Preocupado com a alta dos combustíveis? Pois virá alta maior, já que o petróleo tipo Brent, padrão dos americanos, oscilava em torno de US$ 120 o barril e, no momento em que o caro leitor estiver lendo esta coluna, talvez já esteja a US$ 130. Traduzindo: no início de 2022, já prevendo que haveria um forte aumento do petróleo, o tradicional grupo Goldman&Sachs estimava em dólar a uns US$ 100 o barril até o fim do ano. Aí veio a guerra, vieram as sanções, e hoje o mesmo grupo calcula uns US$ 180 o barril no fim do ano. Com 10% a mais ou a menos, não se surpreenda se chegar a US$ 200.

Mas esta não deve ser sua maior preocupação. O trigo já subiu uns 50% desde o início da guerra, há umas duas semanas. Deve subir mais, pois tanto Rússia quanto Ucrânia estão entre os maiores produtores e exportadores do mundo. O Brasil consome pouco mais de 13 milhões de toneladas por ano, das quais entre cinco e sete milhões vêm do Exterior. Sobe o trigo, sobem pão, macarrão, alimentos básicos. A alta do petróleo faz com que o trigo suba mais, por causa do transporte. E, embora isso dependa de uma série de outros fatores, a alta (ou falta) de fertilizantes, que importamos da Rússia, Belarus e região, também joga para cima não só o preço do trigo, mas de toda a safra.

Pouco? Quem comanda a economia é Bolsonaro. Que já disse que está louco para largar o bastão e se dedicar à pescaria. Os peixes visados sabemos quais são – esses do título. Pior é que largar o bastão é o que ele menos quer.

Hora dos profissionais

No meio da confusão da economia, e com problemas externos, seria a hora de juntar um grupo de grandes profissionais, talvez até formando um governo de união, para evitar que a economia descambe mais e para garantir a toda a população o essencial: três refeições por dia.

Mas o superministro da Economia está mais preocupado em manter-se no cargo do que em exercê-lo. União nacional nem seria difícil: muitos que apoiaram Dilma e Lula hoje apoiam Bolsonaro, e se Lula ganhar se atiram de novo em seus braços. O problema é fazer a divisão – não do governo, mas dos frutos do governo.

Caminhos a escolher - petróleo

E há como trabalhar enfrentando e vencendo dificuldades. Petróleo, por exemplo: o Brasil produz boa parte do que consome, a custo bem mais baixo que o do óleo importado. Produz biodiesel vegetal, que é misturado ao diesel na proporção de 12% (e poderia elevar a mistura a 14%), produz etanol, e mistura 27% à gasolina. Há setores que defendem o uso de gás natural em caminhões, em vez do diesel. Garantir que a Petrobras não seja assaltada também é bom. Estatal ou privada, a Petrobras é um símbolo do Brasil. Não valeria a pena verificar se tudo na empresa funciona como deve?

Caminhos a escolher – fertilizantes

Há duas lendas sobre fertilizantes no Brasil: uma, de que não temos como produzi-los; outra, de que há matéria-prima, mas só em terras indígenas. São lendas. Sergipe tem potássio (a dona é a Vale) e poderia triplicar a produção, mas ninguém investe. Há potássio do Recôncavo Baiano ao Espírito Santo, mas não se pesquisa o potencial das jazidas. Há muito potássio na Amazônia, da confluência do rio Madeira com o Amazonas a até 400 km de distância.

De fósforo, também essencial, temos uma dúzia de pontos de produção, que já respondem por metade do consumo nacional. É estudar como ampliar a produção. Isso dá trabalho, pede investimento. Botemos a culpa nos russos.

Proposta de paz

O Governo israelense propôs à Ucrânia que leve a sério a possibilidade de atender a algumas exigências russas para fazer a paz. Principais pontos: desistir de Donestk e Donbas, de maioria russa, que se converteriam em repúblicas independentes; declarar-se neutro; e comprometer-se a não aderir à OTAN.

Se não aceitar as condições, disseram os israelenses, os russos irão até o fim, e a Ucrânia, cedo ou tarde, será destruída. Não se trata de um plano israelense de paz: dizem altos oficiais que apenas levam mensagens de um lado a outro do conflito. Israel tem boas relações com os EUA, seus aliados, e a Rússia, que garante o regime sírio, mas não se opõe às incursões dos caças israelenses contra alvos iranianos (que os russos também não querem por lá).

Um rabino para todos

O jornalista Jayme Brener lança na quinta-feira, 17, a biografia “Henry Sobel – o rabino do Brasil”, com novidades sobre a trajetória do rabino que enfrentou a ditadura militar e acelerou o diálogo inter-religioso no país. O lançamento acontece às 19h na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo. Mais informações em www.henrysobel.com.br .

Li o livro e gostei. Fala de qualidades e defeitos, não trata o rabino como um ser perfeito – perfeito, só o Senhor. Humano, muito humano. Fã do rei David, homem também imperfeito, que escreveu salmos religiosos eróticos, unificou o povo judeu e mandou um general amigo para a morte certa, para ficar com sua esposa Betsabá. Um dos filhos do casal foi o rei Salomão.

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Sansão e as Sanções com Marli Gonçalves


 


Deu-se que lembrei nada mais nada menos do que de Sansão, aquele, o guerreiro bíblico, da força descomunal nos cabelos, da loucura por mulheres bonitas, que viveu a vida em guerra e vinganças.

É sanção sendo atirada de um lado a outro. A palavra da semana, igual aos bombardeios cruzando o globo. Eu não compro mais isso, você não recebe mais aquilo. Ameaça vai; ameaça vem. Vamos ver no que vai dar o tira e põe. Sobra, claro, para todo o mundo, que acaba entendendo o que é sanção bem na própria pele, vide o absurdo aumento dos combustíveis que vai impactar ainda muito mais nosso suado e surrado dinheirinho. Na cadeia inflacionária descarrilada - e que só por acabar de ser informada do aumento já sai apitando nas esquinas, nas feiras, no supermercados num batida maldita que só trará mais miséria. E universal.

Muito louco como quando passamos por tempos difíceis como os que estamos vivendo coletivamente, de guerras, doenças, notícias esquisitas, de um tudo ao mesmo tempo agora, vem à nossa cabeça a lembrança de cada coisa, Igual sonho que puxa da memória o inimaginável, sabe-se lá onde estava guardado, e para onde volta depois.

O tal Sansão, antes que esqueça de frisar, não é personagem do cotidiano pessoal, já que por acaso histórias bíblicas, a própria Bíblia, admito, é para mim um estranho emaranhado de personagens, e não gosto nem um pouco de mexer com religião. Aliás, ultimamente só de ouvir falar em mito tenho urticária.

Lá, muitos personagens se destacam mais que outros, viraram expressões populares de fatos, como Caim e Abel, traição, assassinato entre irmãos. Muitos outros exemplos.

Aficionada, sim, mas pelas mitologias, onde também seus personagens esbarram entre si, gregos, romanos, cada povo contando seu lado. No caso, Sansão tudo a ver com Hércules, ambos fortes, másculos, violentos, e com mulheres tecendo suas histórias, em um caminho da destruição, da luta pelo poder, ordenamentos, opressão, divisões políticas e crenças.

Sansão nasceu durante uma guerra, com sua nação lutando contra os filisteus. Já nasceu com a missão de ser o libertador de Israel, um Nazireu, homens israelitas dedicados a servir a Deus. Eles tinham que se abster totalmente de álcool, nunca tocar em um cadáver ou cortar o cabelo. Daí seus longos cabelos serem tidos como símbolo de força – dada por Deus, aquele que dá e tira. Força que teria acabado e ele sendo aprisionado, cegado e torturado por confiar em uma mulher, que conhecemos como Dalila, que o vendeu por moedas aos inimigos ao descobrir seu segredo e tosar sua cabeleira. Seu final foi a própria morte, mas levando consigo um bom punhado de inimigos, assim que o cabelo cortado cresceu. E entrando para a história infinita como um herói bíblico. Cheio de recados com moral.

Resumi bem, porque assim vejo a guerra. Vítimas de todos os lados e banho de sangue, pelo poder. Claro que hoje temos ainda o terror nuclear, aquele boom do qual ninguém quer ser testemunha. Mas o crescendo que assistimos de explosões, foguetes e êxodo de milhões parece coisa antiga, aquela mesma que juramos há mais de 75 anos atrás que não se repetiria. O que mudou, o que é mais “moderno”, são as forças de cada lado, globalizadas, as nações envolvidas que ultrapassam o continente em questão, os tiros políticos com as balas de sanções que atingem distâncias muito maiores. Dezenas de gigantescas empresas e corporações que abandonam a Rússia nesse momento vão manter seus funcionários com salários, segurança, amor, carinho, leite e pão nesse período que já se mostra incalculável, seguidos acordos de paz fracassados?

Sanções também são censura. Não é que eu acabo de me por em risco falando do Sansão? Acredite: a Câmara votou urgência em projeto que proíbe o uso da palavra Bíblia fora do contexto desses caras que dela se apossaram.

"Fica terminantemente proibido os termos 'Bíblia' e/ou 'Bíblia Sagrada' em qualquer publicação impressa ou eletrônica de modo a dar sentido diferente dos textos consagrados há milênios nos livros, capítulos e versículos utilizados pelas diversas religiões cristãs já existentes, seja católica, evangélica ou outras mais que se orientam por este livro mundialmente lido e consagrado como Bíblia", primeiro artigo do projeto de autoria do tal deputado Pastor Sargento Isidório (Avante-BA).

Aí vocês me perguntam. No meio de tanta coisa importante para se fazer, cuidar, resolver? Veja bem. E vou piorar a situação quando explicar que eles fizeram isso porque acreditam piamente que há quem esteja planejando uma Bíblia gay. Sem comentários.

O que foi que nós fizemos de mal para termos de aguentar essa sequência assassina de bombardeios de ignorância, preconceito, descasos, bobagens, retrocessos dia e noite aqui em nosso sofrido país?

Não admira os cabelos brancos revoltos pululando na cabeça de uma população que só queria deitá-los e dormir em paz. E que acordam sem eles, sem forças.
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MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano - Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. (Na Editora e na Amazon). marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br
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segunda-feira, março 07, 2022

Grupo Nexus leva arquitetos para o maior evento de design e negócios.


 


O Grupo Nexus estará levando na próxima terça feira, dia 08,  arquitetos e lojistas até a Expo Revestir 2022.

O evento acontecerá no Transamérica Expo Center. Esse ano, de acordo com os organizadores o evento está comemorando 20 anos de história com uma edição híbrida exclusiva.
Os arquitetos e lojistas irão conhecer as tendências e novidades dos revestimentos. (Café da manhã e traslado até o evento 

A entrada é gratuíta gratuita, mas necessário cadastro para acesso

Em 2022, a Expo Revestir acontece de 08 a 11 de março de 2022. Vale a pena conferir!
@nexusoficial



Ah, é Guerra? Com Marli Gonçalves


 

É muita coisa junta atraindo, merecendo e roubando a nossa atenção. Pandemia, mortes; guerra, mortes; violência, mortes; usinas nucleares em chamas, o mundo todo envolto em dramas, pó, chamas. Gente chata. Busca por sobrevivência. Me diz: quanto tempo você está conseguindo ficar pensando só em sua própria vida? Planejando qualquer coisa? Como se concentrar sem ser egoísta?

Um dia após o outro, com calma. Respire fundo. Tenha pensamentos positivos. Concentre-se. Reze, reze muito. Apegue-se ao presente. Não será por falta de conselhos, mesmo que alguns sejam praticamente inexequíveis nesta altura dos acontecimentos.

Não teremos mesmo muitas outras opções, pelo menos não nos próximos dias, talvez meses, e que não se permita que essa agonia prossiga por anos. O ar irrespirável da guerra, mesmo que lá a mais de 11 mil quilômetros de distância, nos tira o fôlego, e especialmente o tempo de pensar em nossas próprias vidas, problemas e soluções.

Por aqui, os dias do Carnaval, que já não estava aquela beleza, ficaram muito piores ainda com os ecos da invasão russa à Ucrânia, não bastassem os gritos de perigo da pandemia, seu vírus e suas cepas continuamente renovadas. Nos últimos anos aqui em São Paulo o Carnaval tinha virado uma temporada de alegria, com diversão, blocos na rua – as pessoas nem mais viajavam tanto, abandonando a cidade, abarrotando estradas – e agora já vimos tudo isso de novo. Como se todos que pudessem sair, corressem para algum lugar onde pudessem relaxar, esquecer, ouvir o canto de pássaros, mergulhar com peixinhos. A cidade aqui ficou uma tristeza só. E olha que em 2021 já tinha sido punk, mas agora somou-se pandemia e a guerra lá, com ecos por aqui, e que já nos aperta e morde os tornozelos.

É uma guerra não contida só em suas fronteiras. É uma guerra que envolve os brasileiros, seja por estarem lá, ou por perto, ou no todo ameaçado continente europeu – e isso é muita gente, contando seja com familiares, ou mesmo nossos amigos – tanta gente que havia se pinicado daqui em busca de futuro. Para completar, a política errática do desgoverno Bolsonaro, que não sabe se vai ou se fica, se pula ou corre, e que abraça, para nossa tristeza, o lado dos ditadores. Não, não vou deixar de criticar uma inacreditável parte da esquerda nacional ainda capaz de vomitar tantas sandices, abanando o rabo russo, como se esse lhe coubesse em um caso tão claro de violação de direitos humanos e espalhamento de terror.

Quem não se sente perdido nesse mar de bombas, fake news, autoritarismo, oportunismo ideológico e de outras nações, violações, alarmes tocando dia e noite, mais um êxodo migratório gigantesco e desconfortável?

Tudo isso em 2022, logo já em seu início. Ano que se já não era simples para nós, piorou, quando aguardamos ansiosos uma eleição ainda indecifrável, com lista de candidatos pouco atrativos e nessa grudenta divisão que nos assola há anos, limitante e emburrecedora, capaz de nos por aqui, também, em uma guerra particular.

Ah, não quero ouvir falar de guerra! Ah, não quero saber de números da pandemia! Ah, não quero saber de noticiário! - Tenho ouvido tanto isso, que acabo entendendo a apatia em que nos encontramos. E exageram.

Para vocês terem uma ideia, acreditem ou não, ouvi da gerência da academia que frequento – a mocinha foi capaz de dizer aos meus ouvidos que a terra há de comer, como se diz - que as tevês estavam ligadas em canais de esporte por conta do “ambiente esportivo”. O que passava quando reclamei, coisa que parece as pessoas esqueceram como é, submetendo-se silentes a tudo, e era de manhãzinha? Das cinco tevês, três sintonizavam uma mesma e sangrenta luta de boxe; as outras duas, comentaristas sportvianos sentados nas suas mesinhas, e visto em tevês claro que sem som. As boquinhas se mexendo.

(...e eu só queria ver o mar, por exemplo, nas ondinhas das surfistas do Canal OFF, ou uma Ana Maria Braga com suas receitas deliciosas, um desenhinho animado, uma previsão de tempo...).

A guerra não é aqui. Mas vai sempre ter alguém ou algo bombardeando nosso mais que valioso momento reflexão.
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MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano - Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. (Na Editora e na Amazon). marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br
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